Foi apresentado à comunidade científica na terça-feira (19) uma nova espécie de pteurossauro, a ossada encontrada em Cruzeiro do Oeste, no Paraná, é fruto de anos de pesquisa coordenadas pelo Centro Paleontológico da Universidade do Contestado (CENPALEO), de Mafra.

O pteurossauro era um réptil voador que viveu entre 80 e 110 milhões de anos atrás, a ossada do pteurossauro foi batizada de “Keresdrakon vilsoni”, que significa “Dragão espírito da morte”. Ela foi analisada entre 2012 e 2014 na universidade catarinense.

Pesquisadores fizeram escavação em busca de pteurossauro — Foto: Universidade do Contestado/Divulgação
Foto: Universidade do Contestado/Divulgação

Segundo o professor doutor Luiz Carlos Weinschütz, da CENPALEO. Os blocos de rocha foram trazidos de Cruzeiro do Oeste para Mafra para serem preparados. Um trabalho de coleta em campo de 15, 20 minutos demora anos para ser finalizado”, afirmou Weinschütz.

Na terça-feira (19), foi feita a publicação da espécie na revista da Academia Brasileira de Ciências. “É um reconhecimento da sociedade científica internacional.

Desenho do pteurossauro Keresdrakon vilsoni, na imagem voando e comendo o dinossauro. — Foto: Universidade do Contestado/Divulgação
Como era o pteurossauro Keresdrakon vilsoni – Foto: Universidade do Contestado/Divulgação

Segundo o pesquisador, o animal vivia em pequenos grupos, em áreas desertas, com pouca vegetação e oásis de água. O réptil voador é contemporâneo dos dinossauros, carnívoro e foi considerado de grandes dimensões, com bico grande e forte.

Pesquisadores estimam que ele tinha 2,50 metros de envergadura e entre 15 kg e 20 kg. “Ele tinha que ser muito leve para voar, lembro que ele não tinha penas, seus ossos eram muito finos, 1,5 mm de espessura”, completa o professor.

Fóssil de pteurossauro foi analisado na Universidade do Contestado — Foto: Universidade do Contestado/Divulgação
Foto: Universidade do Contestado/Divulgação

O pesquisador ainda esclarece que a demora para publicação desta descoberta ocorreu por causa das descobertas de outros animais na mesma região. Primeiro foram feitas as divulgações do pterossauro “Caiuajara dobruskii” e do lagarto “Gueragama sulamericana”.

O estudo também contou com a participação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Paranaense (Unipar).

Origem do nome “Dragão espírito da morte”

“Keresdrakon” é a junção de “Keres”, que na mitologia Grega são espíritos que personificaram a morte violenta e estão associados a fatalidade, e “Drakon”, que no grego antigo é a palavra para dragão ou enorme serpente.

Já “Vilsoni” é uma homenagem à Vilson Greinert, voluntário do CENPALEO que trabalha com as espécies do “cemitério dos pterossauros“.

O fóssil de réptil voador está em exibição no Museu da Terra e da Vida, na Universidade do Contestado, em Mafra.

Fonte: G1