A Microsoft sabe que o bonde do smartphone já passou. A situação do mercado é evidente: as vendas pararam de crescer e o ritmo de inovação está declinando. Falta, no entanto, apresentar a novidade que faça com que o público abandone o retângulo de vidro que tem nos bolsos.

A fala de Satya Nadella foi emblemática ao afirmar que os próximos celulares da empresa “não vão se parecer com os celulares que existem hoje”, simplesmente porque a Microsoft acredita que novas coisas estão a caminho e que elas ão além do smartphone convencional. Isso se reflete na fala de Alex Kipman, o brasileiro que liderou o desenvolvimento do primeiro Kinect e que hoje está no comando do HoloLens.

Em entrevista com a Bloomberg, Kipman foi enfático: “os celulares já estão mortos”, ele disse. Logo em seguida, complementou que “as pessoas simplesmente ainda não perceberam” que a transição já começou.

Mas o que vem por aí, então? Para isso, nós podemos olhar além da Microsoft. Durante evento recente do Facebook, a rede social também apontou que em um prazo de cinco anos poderemos começar a ver óculos substituindo os celulares, embora a transição demore alguns anos para ser completada. Mark Zuckerberg, inclusive, chegou a apresentar uma ideia de um par de óculos que tem uma aparência comum, mas que são capazes de funcionar como visores de realidade aumentada.

Neste sentido, o HoloLens se encaixa perfeitamente com a visão de futuro tanto da Microsoft quanto do Facebook. O problema é que hoje a tecnologia ainda não está pronta para adoção em massa. O visor é grande demais, pesado demais, caro demais e com bateria limitada, que impediria que a tecnologia fosse usada, por exemplo, nas ruas ou dentro de um ônibus. Mas quem sabe alguns anos de pesquisa e desenvolvimento não trazem evoluções significativas em termos de portabilidade e acessibilidade?

Se, de fato, a realidade mista ou a realidade aumentada forem a próxima grande plataforma de computação pessoal, a Microsoft leva vantagem em relação aos concorrentes. Se a empresa perdeu o bonde dos telefones celulares e viu o Windows 10 Mobile ter participação de mercado cada vez mais perto do zero, o HoloLens ainda não tem um concorrente à altura. Resta acompanhar os próximos capítulos.

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Fonte: Olhar Digital/Foto Arquivo