A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento Revlimid® (lenalidomida) no Brasil, conforme anunciou a biofarmacêutica Celgene.

A lenalidomida aumenta a sobrevida e as taxas de resposta dos pacientes com mieloma múltiplo
A lenalidomida aumenta a sobrevida e as taxas de resposta dos pacientes com mieloma múltiplo

Aprovado após falha de primeira linha de tratamento, o medicamento, em combinação com dexametasona, é indicado para tratar pacientes adultos com mieloma múltiplo refratário/recidivado. Também foi aprovado para síndrome mielodisplásica onde parte do cromossomo 5 é ausente (deleção 5q).

“Nos Estados Unidos, o medicamento já é usado há mais de 10 anos, com resultados positivos que proporcionam não só mais tempo de sobrevida aos pacientes com mieloma, como qualidade de vida. Para se ter uma ideia, há uma década, a sobrevida dos portadores de mieloma era de 3 a 4 anos, atualmente com o diagnóstico precoce e novos tratamentos, a sobrevida média desses pacientes gira em torno de 6 a 8 anos”, afirma a hematologista e pesquisadora Vânia Hungria.

O mieloma múltiplo é um tipo de câncer de medula (tecido esponjoso que preenche o centro da maioria dos ossos) que ocorre quando um grupo de plasmócitos (células plasmáticas), responsáveis pela produção de anticorpos que participam do sistema de defesa do organismo, se multiplica de forma desgovernada, passando a comprometer múltiplas áreas da medula. Consequentemente compromete a produção normal dos glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. O tumor envolve as células produtoras de sangue na medula óssea, conhecidas como plasmócitos (um tipo de célula branca, leucócito), que são células produtoras de anticorpos (produtoras de imunoglobulina).

A lenalidomida é aprovada em mais de 70 países, e deve começar a ser vendida no Brasil no primeiro semestre de 2018.