Seis marcas de azeite de oliva tiveram suas vendas proibidas no Brasil por decisão do Ministério da Agricultura, anunciada nesta semana. Em nota, a pasta informou que a fiscalização encontrou produtos impróprios ao consumo. Até a segunda-feira (8/7), os azeites Oliveira do Conde, Quinta Luzitana, Quinta D’Oro, Évora, Costanera e Olivais do Porto devem ser recolhidas dos pontos de venda no atacado e varejo.

“Os comerciantes que forem flagrados vendendo os produtos, após as advertências, serão denunciados ao MPF (Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão), encaminhados à Polícia Judiciária para eventual responsabilização criminal e multados em R$ 5 mil por ocorrência com acréscimo de 400% sobre o valor comercial dos azeites”, diz a nota.

No comunicado, o Ministério da Agricultura informa que a proibição é consequência de uma ação da Polícia de São Paulo, no município de Guarulhos, na região metropolitana da capital paulista. Segundo o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), foi descoberta uma fábrica clandestina de azeites falsificados e com mistura de óleos.

Uma força-tarefa analisou 54 marcas de azeite em grandes redes de varejo. Em 98,1% das amostras analisadas, não houve problemas, o que, para o Ministério, atesta a eficiência no controle de qualidade dos varejistas na seleção de fornecedores. Situação diferente foi detectada pela fiscalização em redes de atacado, atacarejo e pequenos mercados.

A técnica para detectar a fraude era inédita, segundo o Ministério: um equipamento de análise com raios infravermelhos, que podem fazer a leitura da composição do produto e dar o resultado na hora. As amostras também foram enviadas para Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), no Rio Grande do Sul, onde foi usado um equipamento que detecta óleos refinados e misturas, mesmo que em baixas quantidades.

“Atualmente, o azeite de oliva é o segundo produto alimentar mais fraudado do mundo, perdendo apenas para o pescado”, alerta o diretor do Dipov, Glauco Bertoldo, na nota divulgada pelo Ministério da Agricultura.

No comunicado, o Ministério recomenda ao consumidor desconfiar de produtos muito baratos. De forma geral, os azeites irregulares são encontrados na faixa de R$ 7 a R$ 10 a unidade. Os verdadeiros têm preços superiores a R$ 17.

Fonte: GRural