O ataque da deputada estadual Ana Campagnolo (PSL) a jornalistas em Santa Catarina ganhou repercussão nacional.
Entidades repudiaram nesta sexta-feira, 5, a agressão verbal feita pela deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PSL) contra o jornalista Altair Magagnin, do jornal Notícias do Dia, e toda a categoria. Questionada sobre a cobrança de diárias da Assembleia Legislativa de Santa Catarina em dias que coincidem com o lançamento do seu livro Feminismo: Perversão e Subversão, a deputada afirmou, durante a entrevista, que ‘jornalistas são canalhas’. Ela ainda disse que se questiona se os profissionais da imprensa “têm problemas cognitivos”.
A ACI (Associação Catarinense de Imprensa) e a Acaert (Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão) emitiram notas oficiais em repúdio às declarações da deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PSL). Em entrevista para esclarecer a coincidência do uso de diárias em datas de lançamento do livro “Feminismo: Perversão e Submissão”, a parlamentar ofendeu jornalistas.
A ACI demonstrou “grande preocupação” com o “tom desrespeitoso” da deputada durante a entrevista. “Ao atacar o trabalho do repórter, a parlamentar demonstra desconhecer o papel da imprensa e afronta a todos os profissionais que diariamente exercem seu ofício”.
A entidade lembrou também que o fato ocorre às vésperas do Dia do Jornalista, que é comemorado no domingo. “Às vésperas do Dia do Jornalista, a ACI reafirma sua defesa incondicional da profissão, e lembra que servidores públicos são pagos pela sociedade para trabalhar pelo povo”. Por fim, defende que o caso seja investigado pela Assembleia Legislativa.
A Acaert repudiou “veementemente” as declarações da deputada, citando trechos como “jornalistas são canalhas” e “têm problemas cognitivos”. A associação lamentou as hostilidades “proferidas de forma genérica” e também contra o colunista. “Em outro trecho, a deputada reconhece a agressão. ‘Se quiser colocar da minha hostilidade contra o teu jornal ficaria muito satisfeita’”, disse a Acaert, em nota.
A associação considerou “grave as agressões verbais sofridas pelo profissional” e destacou que “os jornalistas têm como missão informar a sociedade sobre os assuntos de interesse público”. “As afirmações feitas pela parlamentar distorcem o trabalho dos profissionais de comunicação, e mostram desconhecimento do papel da imprensa em um país democrático de direito”, completou.
O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e a Federação Nacional dos Jornalistas emitiram uma nota conjunta. “Tal episódio constitui-se num fragoroso ato de cerceamento ao livre exercício da profissão além de flagrante tentativa de intimidação contra o jornalista”.
Em reportagem assinada pela jornalista Bianca Gomes, o jornal “O Estado de S.Paulo” registou a manifestação de entidades como a Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão, a Associação Catarinense de Imprensa, a Federação Nacional dos Jornalistas, e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina.
O texto resgata também a polêmica que a deputada se envolveu, pedindo que alunos gravassem professores com “manifestações político-partidárias ou ideológicas que humilhem ou ofendam sua liberdade de crença e consciência”.
Outro veículo que deu destaque para o assunto foi a revista “Fórum”. No texto, além de narrar o episódio, resgatou um histórico de “vida pública repleta de irregularidades e contradições”.