Depois de meses de discussões, a Fórmula 1 finalmente divulgou os novos regulamentos que serão implementados na categoria a partir da temporada 2021. De acordo com a categoria, as regras têm como objetivo deixar os carros mais aptos a batalhar na pista, com vistas ao equilíbrio da competição.

A Promotora da Fórmula 1, a Liberty Media finalmente conseguiu aprovar com as equipes o novo regulamento técnico a vigorar na categoria a partir da temporada 2021. Dentre as inúmeras alterações, a principal será na concepção dos carros, que serão projetados para facilitar as perseguições durante as corridas, e, consequentemente, permitir mais disputas entre os pilotos.

A F1 também confirmou o teto orçamentário, que fica na casa dos US$ 175 milhões, cerca de R$ 703 milhões. Pelo twitter, a F1 divulgou imagens de como deve ser o carro.

Outras mudanças incluem a proibição de bargeboards, como parte da simplificação aerodinâmica geral, que também limita os apêndices nas asas e outros elementos. Nesse sentido, destaca-se a volta do “efeito solo”, que ‘gruda’ o carro ao solo e permite melhores batalhas.

“O objetivo foi melhorar a competição na pista e tornar o esporte um negócio mais saudável e atraente para todos. A aprovação das regras é um momento decisivo e ajudará a proporcionar corridas mais emocionantes para todos os nossos fãs. As novas regras surgiram de um processo detalhado de dois anos de análise de questões técnicas, esportivas e financeiras, a fim de desenvolver um pacote de regulamentos”, resumiu Chase Carey, CEO da F1.

Presidente da FIA, Jean Todt também analisou as novas regras: “Pela primeira vez, abordamos os aspectos técnicos, esportivos e financeiros de uma só vez. Os regulamentos de 2021 foram um esforço verdadeiramente colaborativo, e acredito que seja uma grande conquista. O que a FIA publica hoje é a melhor estrutura que poderíamos ter para beneficiar concorrentes e partes interessadas, garantindo um futuro emocionante para o nosso esporte. ”

Contexto

Os novos regulamentos técnicos, esportivos e financeiros da Fórmula 1 para a temporada de 2021 foram finalmente aprovados depois de muita discussão. As partes debateram a composição do novo pacote de regras por meses e as divergências levaram o processo a ser adiado em relação ao prazo original de meados de 2019. No entanto, depois de ser aprovado pelo Conselho Mundial de Automobilismo da FIA nesta quinta-feira, os novos regulamentos foram, por fim, publicados.

Com a aprovação submetida ao Conselho e a publicação do novo regulamento determina os novos rumos da principal categoria do esporte a motor, dissecados pela Liberty Media em alguns tópicos:

– Carros mais aptos a batalhar na pista

– Uma competição mais equilibrada na pista

– Um esporte no qual o sucesso é determinado mais pela forma como uma equipe gasta seu dinheiro, não quanto gasta – incluindo, pela primeira vez, um teto de custo totalmente aplicável (US$ 175 milhões por temporada) nas regras da FIA.

– Um esporte que é um negócio melhor para os participantes e mais atraente para novos participantes em potencial.

– Um esporte que continua a ser a principal competição de corridas de automóveis do mundo e a vitrine perfeita de tecnologia de ponta.

Outras alterações estão nas asas dianteira e traseira, que passarão a ter um perfil mais simplificado com o objetivo de reduzir a turbulência gerada ao carro de trás. Outra alteração está no assoalho, que passará a ser o responsável por gerar a maior parte da pressão aerodinâmica.

– A Fórmula 1 é um esporte incrível, com uma grande história, heróis e fãs em todo o mundo. Nós respeitamos profundamente o DNA da Fórmula 1, que é uma combinação de grandes competições esportivas, pilotos talentosos e corajosos, equipes dedicadas e tecnologia de ponta. O objetivo sempre foi melhorar a competição e a ação na pista e, ao mesmo tempo, tornar o esporte um negócio mais saudável e atraente para todos. A aprovação das regras pelo Conselho Mundial é um momento decisivo e ajudará a proporcionar corridas roda a roda mais emocionantes para todos os nossos fãs – concluiu Carey.

Todt, via link de vídeo, juntou-se a Carey, ao diretor esportivo da F1, Ross Brawn, e ao chefe de assuntos técnicos da FIA, Nikolas Tombazis, em uma coletivo de imprensa especial sobre as novas regras nesta quinta.

Os novos regulamentos técnicos foram pesquisados ​​extensivamente por FIA e F1 em uma tentativa de criar carros mais fáceis de se perseguir e fazer com que pareçam mais “futuristas”. A avaliação da F1 sobre as mudanças no cronograma dos fins de semana de corrida e outros elementos também foram esclarecidos nas novas regras esportivas.

Os regulamentos financeiros marcarão uma ‘nova era’ ao livro de regras oficial da FIA, já que haverá um teto de custos que limitará os gastos da equipe a US $ 175 milhões, cerca de R$ 703 milhões. A Ferrari vinha sendo contra os aspectos das novas regras, mas não vetou.

Chefe da equipe, Mattia Binotto disse que seria uma “vergonha” ter que exercer esse direito. Falando ao Motorsport.com no fim de semana passado, o dirigente disse que decidiria o que fazer “depois que a votação for publicada”.

Scott Michell

Efeito solo

Em meio às discussões sobre o novo regulamento da F1 para a temporada 2021, sabe-se que a principal mudança prevista é a reintrodução do efeito solo. O controverso sistema que ‘gruda’ os carros no chão e beneficia as ultrapassagens já foi banido da F1 no passado por ser considerado perigoso. No entanto, os entusiastas lembram que a competição era mais acirrada no período em que a tecnologia esteve presente.

Em 2019, a F1 está decidindo os rumos que tomará no futuro. Buscando aumentar as ultrapassagens e o espetáculo, a categoria decidiu reintroduzir a tecnologia a partir de 2021.