O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 30% sobre bens importados da União Europeia (UE) e do México, a partir de 1º de agosto de 2025. O anúncio foi feito por meio de cartas enviadas à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e à presidente do México, Claudia Sheinbaum, publicadas na plataforma Truth Social. A medida é uma escalada na guerra comercial que Trump tem intensificado desde que reassumiu a presidência em janeiro de 2025, com o objetivo de reduzir o déficit comercial dos EUA, que ele considera um problema de segurança nacional.
Contexto e Justificativas
UE: Trump criticou a UE por barreiras tarifárias e não tarifárias, alegando que o déficit comercial dos EUA com o bloco, que atingiu US$ 235,6 bilhões em 2024, é inaceitável. Ele exigiu acesso total ao mercado europeu sem tarifas, ameaçando aumentar ainda mais as tarifas caso a UE retaliar.
México: As tarifas foram justificadas pela suposta incapacidade do México em conter o tráfico de fentanil e a imigração ilegal, com Trump afirmando que o país não fez o suficiente para evitar que a América do Norte se torne um “playground de narcotráfico”. Não está claro se bens dentro do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) estarão isentos.
Outros países: Trump também enviou cartas a 23 outros parceiros comerciais, como Canadá (35% de tarifa), Japão e Brasil (até 50%), além de tarifas específicas, como 50% sobre cobre e 25% sobre automóveis.
Reações
União Europeia: Ursula von der Leyen criticou as tarifas, afirmando que elas podem “interromper cadeias de suprimento transatlânticas essenciais”, prejudicando empresas e consumidores. Apesar disso, a UE está comprometida em negociar até o prazo de 1º de agosto, mas também prepara “contramedidas proporcionais” caso não haja acordo. Líderes como Giorgia Meloni (Itália) pediram diálogo para evitar uma guerra comercial, enquanto outros, como Emmanuel Macron (França), defendem uma resposta mais dura.
México: A presidente Claudia Sheinbaum considerou as tarifas “injustas” e afirmou que a soberania mexicana não é negociável, mas expressou confiança em alcançar um acordo antes do prazo. O México, que envia 80% de suas exportações aos EUA, é particularmente vulnerável.
Mercados e analistas: A notícia gerou volatilidade nos mercados financeiros, com investidores temendo incertezas econômicas e inflação. Alguns analistas, no entanto, apontam que Trump tem histórico de recuar em ameaças tarifárias, sugerindo que as tarifas podem ser uma tática de negociação.
Impactos Potenciais
EUA: As tarifas podem aumentar preços para consumidores americanos, especialmente em produtos como frutas, vegetais e automóveis, e gerar incerteza para empresas. Economistas alertam que tarifas amplas funcionam como impostos sobre os cidadãos americanos.
UE: Produtos como chocolate belga, manteiga irlandesa e azeite italiano podem ser afetados, com impactos significativos em indústrias como a automotiva alemã.
México: Com forte dependência dos EUA, o México pode enfrentar aumento de custos e redução de competitividade, especialmente em setores como agricultura e manufatura.
Global: A escalada tarifária ameaça as regras do comércio mundial, desafiando acordos como a Rodada Uruguai, e pode levar a retaliações que intensifiquem uma guerra comercial global.
Trump já havia ameaçado tarifas de até 50% contra a UE e outros parceiros em maio, mas suspendeu a implementação por 90 dias para negociações. Até agora, apenas acordos preliminares com Reino Unido e Vietnã foram alcançados, longe da meta de “90 acordos em 90 dias” anunciada por seu conselheiro comercial, Peter Navarro.
A estratégia de Trump parece misturar pressão econômica com objetivos políticos, como no caso do Brasil, onde tarifas de 50% foram ligadas à perseguição judicial contra Jair Bolsonaro. Isso levanta dúvidas sobre se as tarifas são baseadas em questões comerciais ou como punição política.
O prazo de 1º de agosto dá tempo para negociações, mas a postura agressiva de Trump sugere que acordos serão difíceis. A UE e o México sinalizam disposição para dialogar, mas também preparam retaliações. O impacto econômico dependerá de até que ponto as tarifas serão implementadas ou se Trump recuará novamente, como já fez no passado.
Fonte: RNC – Foto: RNC/Frame/Arquivo
Anuncie de forma simples, objetiva e descomplicada
“Transforme seu dia com a energia da Rede Nova de Comunicação!
Baixe agora o nosso novo app e viva a melhor experiência de música e notícias!”