
O mundo está respondendo de forma negativa à declaração fantasiosa do presidente Donald Trump de que os EUA “tomarão” o controle e se tornarão proprietários da Faixa de Gaza.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, declarou que a Faixa de Gaza é de direito dos palestinos e que a sua remoção seria inaceitável e contrária às normas do direito internacional.
“Isso resultaria em novos sofrimentos e alimentaria um ciclo de ódio. Não se pode impor uma solução sem a participação dos palestinos”, afirmou Baerbock.
A França reafirma sua contrariedade a qualquer deslocamento forçado da população palestina em Gaza, uma ação que representaria uma séria violação do direito internacional, um ataque às justas aspirações dos palestinos e um grande obstáculo para a solução de dois Estados. Além disso, isso constituiria um fator significativo de desestabilização para nossos aliados próximos, como o Egito e a Jordânia, e para toda a região”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Christophe Lemoine, em um comunicado.
“A Arábia Saudita não aceita qualquer tentativa de deslocar os palestinos de suas terras. O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, deixou clara a posição do reino de forma ‘clara e explícita’, o que não permite qualquer outra interpretação sob quaisquer circunstâncias”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores saudita.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, classificou os comentários de Trump como “inaceitáveis”. Segundo Fidan, qualquer plano que exclua os palestinos “da equação” resultaria em mais conflitos.
“Quero deixar bem evidente: Gaza é a terra dos palestinos que lá vivem, e eles devem permanecer em Gaza. Esta região é parte do futuro Estado palestino que conta com o apoio da Espanha e deve coexistir, assegurando a prosperidade e a segurança do Estado de Israel”, declarou o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares.
O presidente Lula afirmou que a afirmação de Trump “não faz sentido”. “Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos”, disse Lula em pronunciamento nesta quarta-feira.
A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) rejeitou qualquer proposta que sugira a transferência do povo palestino de seu território, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter declarado a intenção de “tomar posse” da Faixa de Gaza. O secretário-geral da OLP, Hussein Sheikh, afirmou em uma mensagem nas redes sociais que a liderança palestina “rejeita todos os apelos para deslocar o povo de sua terra natal. Aqui nascemos, aqui vivemos e aqui permaneceremos.
” O Hamas também qualificou os comentários de Trump como “racistas”. O presidente americano fez esse anúncio na terça-feira (4), após se encontrar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Washington, sugerindo que a proposta poderia alterar o curso da história. “A posição racista dos EUA é compatível com a da extrema-direita israelense, visando deslocar nosso povo e extinguir nossa causa”, afirmou Abdel Latif al-Qanou, porta-voz do Hamas, que controla Gaza.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia considera que a resolução do conflito no Oriente Médio é viável apenas com a implementação da solução de dois Estados. “Essa é a premissa estabelecida na resolução pertinente do Conselho de Segurança da ONU e que é apoiada pela maioria esmagadora dos países envolvidos. A partir desse princípio, oferecemos nosso apoio a essa visão e acreditamos que essa é a única alternativa viável.”
“A deputada democrata e palestino-americana Rashida Tlaib declarou: ‘Os palestinos não estão indo a lugar algum. Este presidente consegue fazer essa declaração absurda apenas por conta do apoio bipartidário no Congresso ao financiamento do genocídio e da limpeza étnica. É hora de meus colegas que acreditam na solução de dois Estados se posicionarem’.”
Fonte: Agência Nacional/EBC