O coronavírus já infectou milhares de pessoas, sobretudo na China, e matou mais de 100.

Diferentemente de muitos surtos anteriores, em que as vacinas para proteger as pessoas levaram anos para ser desenvolvidas, a pesquisa de um antídoto para ajudar a conter esse surto começou poucas horas após a identificação do vírus.

As autoridades chinesas divulgaram seu código genético rapidamente. Essa informação ajuda os cientistas a determinar de onde o vírus provavelmente veio, como ele pode sofrer mutações à medida que o surto se desenvolve e como proteger as pessoas contra ele.

Com os avanços tecnológicos e um maior compromisso dos governos de todo o mundo em financiar pesquisas sobre doenças desconhecidas, centros de pesquisa foram capazes de entrar em ação rapidamente.

No laboratório da Inovio em San Diego, cientistas estão usando um tipo relativamente novo de tecnologia de DNA para desenvolver uma potencial vacina. Ela é chamada atualmente de “INO-4800” e há planos para iniciar testes em humanos já no início de junho.

Foto: BBC

Kate Broderick, vice-presidente sênior de pesquisa e desenvolvimento da Inovio, diz: “Depois que a China forneceu a sequência de DNA desse vírus, conseguimos colocá-lo na tecnologia de computador do nosso laboratório e projetar uma vacina em três horas”.

“Nossas vacinas são inovadoras porque usam sequências de DNA do vírus para atingir partes específicas do patógeno contra as quais acreditamos que o corpo terá a resposta mais forte”, diz Broderick.

“Em seguida, usamos as células do próprio paciente para se tornar uma fábrica da vacina, fortalecendo os mecanismos de resposta natural do corpo.” Cientistas esperam ter uma vacina pronta para testar em humanos no início de junho. A Inovio diz que, se os testes iniciais em humanos forem bem-sucedidos, serão realizados testes maiores, idealmente em um cenário de surto na China “até o final do ano”.

É impossível prever se esse surto já terá terminado. Mas se não houver imprevistos no cronograma da Inovio, a empresa diz que será a mais rápida nova vacina já desenvolvida e testada em uma situação de surto.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) está coordenando essa busca global por uma nova vacina. O órgão ligado à ONU diz estar acompanhando o progresso de várias instalações de pesquisa, incluindo as três apoiadas pelo Cepi.

Embora os esforços para criar uma vacina para esse novo coronavírus tenham sido acelerados, a pesquisa ainda está em um estágio inicial em todas as instalações da corrida para encontrar uma nova vacina. Os ensaios clínicos levam tempo e têm maior impacto em um ambiente de surto e todos os protocolos devem serem cumpridos.

“Os especialistas vão considerar vários critérios, incluindo perfil de segurança aceitável, indução de respostas imunes apropriadas e disponibilidade oportuna de suprimentos suficientes de doses de vacina”.

“Compreender a doença, seus reservatórios, sua transmissão, sua gravidade clínica e o desenvolvimento de medidas eficazes é fundamental para o controle do surto”. A OMS deve decidir qual vacina será testada em humanos primeiro nos próximos dias.