Recentemente, a relação entre Elon Musk e Donald Trump, que já foi marcada por uma aliança próxima, entrou em colapso devido a desentendimentos sobre a proposta legislativa de Trump, conhecida como “Big Beautiful Bill”.

Essa proposta, um pacote de gastos e cortes de impostos multibilionário, gerou críticas públicas de Musk, que a chamou de “abominação nojenta” por aumentar o déficit fiscal dos EUA e contradizer os esforços de redução de gastos que ele liderou no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). Aqui está uma narrativa dos fatos com base nas informações disponíveis:

Contexto da Aliança: Musk foi um aliado importante de Trump, especialmente durante a campanha presidencial de 2024, contribuindo com mais de US$ 250 milhões e servindo como consultor no DOGE, onde trabalhou por 130 dias como “funcionário especial do governo” para cortar gastos federais. A relação era tão próxima que Musk era uma figura constante na Casa Branca, participando de reuniões de gabinete e eventos com Trump.

Início do Conflito: O ponto de ruptura veio com a proposta de Trump, aprovada pela Câmara dos Representantes, que inclui cortes de impostos de trilhões de dólares e aumento de gastos com defesa, mas também a eliminação de créditos fiscais para veículos elétricos (EVs), algo que afeta diretamente a Tesla, empresa de Musk. Musk criticou a proposta publicamente em 28 de maio de 2025, expressando decepção por ela minar os esforços do DOGE e aumentar o déficit fiscal em US$ 2,4 trilhões ao longo de uma década, segundo o Congressional Budget Office.

Escalada da Briga: A tensão explodiu em 5 de junho de 2025, quando Musk intensificou suas críticas, usando a plataforma X para atacar a proposta e compartilhar comentários antigos de Trump e outros republicanos sobre a importância de controlar o déficit. Ele chegou a sugerir, sem evidências, que Trump está nos arquivos de Jeffrey Epstein, insinuando que isso seria o motivo de os documentos não terem sido divulgados. Musk também afirmou que, sem sua ajuda, Trump teria perdido a eleição de 2024, e até pediu a impeachment de Trump, sugerindo que JD Vance o substituísse.

Resposta de Trump: Trump reagiu duramente, dizendo estar “muito decepcionado” com Musk e afirmando que o demitiu do DOGE, alegando que Musk “ficou louco” após a retirada de um mandato de veículos elétricos. Trump ameaçou cancelar contratos do governo com empresas de Musk, como a SpaceX, que dependem significativamente de subsídios federais. Ele também anunciou planos de se livrar de um Tesla comprado em março de 2025, em um gesto simbólico contra Musk. Em 6 de junho, Trump declarou que Musk “perdeu a cabeça” e rejeitou tentativas de reconciliação, afirmando não ter interesse em falar com ele.

Impacto nas Empresas de Musk: A briga teve consequências financeiras imediatas. As ações da Tesla caíram 14% em 5 de junho de 2025, resultando em uma perda de US$ 152 bilhões em valor de mercado, após as ameaças de Trump contra os contratos governamentais de Musk. A SpaceX, que depende de contratos com a NASA e o Departamento de Defesa, também está em risco caso Trump leve adiante suas ameaças.

Reações Políticas: A crítica de Musk incentivou senadores republicanos, como Rand Paul, Mike Lee e Ron Johnson, a se oporem à proposta de Trump no Senado, exigindo mudanças significativas. No entanto, outros republicanos, como o senador John Thune, minimizaram a influência de Musk, afirmando que seguirão com a revisão do pacote de US$ 4 trilhões. Alguns aliados de Trump, como Steve Bannon, chegaram a pedir a deportação de Musk, citando questionamentos sobre sua situação imigratória nos EUA no passado.

Tentativas de Mediação: Apesar de relatos iniciais de que assessores da Casa Branca tentariam intermediar uma conversa entre Musk e Trump em 6 de junho, fontes confirmaram que Trump não planeja falar com Musk, e a Casa Branca minimizou o episódio, chamando-o de “infeliz”. Figuras como Bill Ackman tentaram apaziguar a situação, mas a troca de farpas continuou.

Contexto Adicional: O conflito também foi alimentado por outros desentendimentos, como a retirada da indicação de Jared Isaacman, aliado de Musk, para administrador da NASA, o que Musk interpretou como uma afronta. Além disso, a proposta de Trump de eliminar créditos fiscais para EVs e energia solar residencial ameaça diretamente os lucros da Tesla, enquanto Musk defende que o projeto prejudica a inovação e a disciplina fiscal.

Resumo Atual: Em 6 de junho de 2025, a briga entre Musk e Trump continua sendo um dos tópicos mais comentados, descrita como um confronto público e “espetacular” entre duas figuras poderosas. A relação, outrora próxima, parece irreparavelmente danificada, com Musk usando a plataforma X para amplificar suas críticas e Trump respondendo com ameaças e ataques pessoais. O impacto político e econômico do conflito, especialmente para as empresas de Musk e a agenda legislativa de Trump, ainda está em desenvolvimento, enquanto o Senado avalia o destino do “Big Beautiful Bill”.

Nota: As acusações de Musk sobre os arquivos de Epstein carecem de evidências concretas e são consideradas especulativas. Informações de posts no X, como o de Musk sobre Epstein, não podem ser tratadas como fatos sem confirmação.

O Conflito

O conflito entre Elon Musk e Donald Trump, que escalou em 5 de junho de 2025, tem impactos significativos para a SpaceX, especialmente no que diz respeito aos seus contratos governamentais e às relações com a NASA. Abaixo, detalho os principais efeitos com base nas informações disponíveis:

Risco aos Contratos Governamentais:

A SpaceX possui cerca de US$ 22 bilhões em contratos não classificados com a NASA e o Departamento de Defesa (DoD), incluindo US$ 15 bilhões apenas com a NASA ao longo dos últimos anos. Esses contratos abrangem serviços como lançamentos de foguetes Falcon 9, transporte de astronautas e carga para a Estação Espacial Internacional (ISS) via cápsula Dragon, e o desenvolvimento do Starship para missões lunares do programa Artemis.

Trump ameaçou cancelar todos os contratos governamentais com as empresas de Musk, incluindo a SpaceX, em resposta às críticas de Musk ao projeto de lei orçamentária de Trump. Essa ameaça, se concretizada, poderia interromper cerca de US$ 1,1 bilhão em receita projetada da NASA para 2025, o que representa uma parte significativa, embora não majoritária, dos US$ 15,5 bilhões em receita total esperada pela SpaceX neste ano.

No entanto, especialistas apontam que cancelar esses contratos seria difícil legalmente e logisticamente. Os contratos federais possuem cláusulas de “terminação por conveniência”, mas isso exigiria compensação financeira significativa à SpaceX, e apenas oficiais de contratação designados, não o presidente, têm autoridade para cancelá-los. Além disso, qualquer tentativa de cancelamento motivada por razões políticas poderia levar a disputas judiciais, com a SpaceX potencialmente processando por quebra de contrato.

Impacto nas Operações com a NASA:

A SpaceX é essencial para o programa espacial dos EUA. A cápsula Dragon é o único veículo operacional dos EUA para transportar astronautas à ISS, especialmente após os problemas com a Starliner da Boeing, que enfrentou falhas em testes e atrasos.

A SpaceX também tem um contrato de US$ 843 milhões para desenvolver o veículo de desorbitação da ISS, que garantirá a reentrada segura da estação no final de sua vida útil em 2030. Sem a SpaceX, a NASA ficaria sem alternativas viáveis para essa tarefa crítica.

No programa Artemis, a SpaceX é contratada para construir uma versão do Starship que levará astronautas à superfície lunar na missão Artemis III, planejada para 2027. Cancelar esses contratos comprometeria as metas de exploração lunar dos EUA, já que a Blue Origin, outra contratada, só estará pronta para missões posteriores (Artemis V).

A ameaça de Musk de “descomissionar” a cápsula Dragon, feita em 5 de junho, foi revertida horas depois, mas gerou preocupações sobre a estabilidade da parceria com a NASA. Tal ação colocaria em risco astronautas na ISS, como Suni Williams e Butch Wilmore, que dependem da Dragon para retornar à Terra.

Impacto Financeiro e de Mercado:

A briga pública entre Musk e Trump já afetou o mercado. No dia 5 de junho, as ações da Tesla, outra empresa de Musk, caíram 14%, resultando em uma perda de US$ 152 bilhões em valor de mercado. Embora a SpaceX não seja uma empresa de capital aberto, a ameaça aos contratos governamentais pode impactar sua valuation, estimada em US$ 350 bilhões, e sua capacidade de atrair investidores privados.

A SpaceX depende menos de contratos governamentais hoje, com a maior parte de sua receita vindo do serviço de internet por satélite Starlink. No entanto, os contratos com NASA e DoD ainda são cruciais para financiar projetos como o Starship e manter a liderança da empresa no setor aeroespacial.

Relações com a NASA e Outras Agências:

A nomeação de Jared Isaacman, aliado de Musk, para administrador da NASA foi retirada após o conflito, o que pode limitar a influência da SpaceX na agência.

Críticas de congressistas democratas, como Adam Schiff e Tammy Duckworth, levantaram preocupações sobre possíveis conflitos de interesse, já que Musk liderava o DOGE enquanto a SpaceX recebia contratos como um de US$ 100 milhões para o lançamento da missão Near-Earth Object Surveyor. Essas críticas podem levar a maior escrutínio sobre futuros contratos.

A presença de funcionários do DOGE na NASA, incluindo um ex-funcionário da SpaceX como conselheiro sênior, intensificou preocupações sobre favorecimento à SpaceX, o que pode complicar a relação da empresa com a agência a longo prazo.

Impactos Estratégicos e de Longo Prazo:

A SpaceX é vista como indispensável para os objetivos espaciais dos EUA, incluindo missões à Lua e Marte. Especialistas, como Todd Harrison, do American Enterprise Institute, afirmam que cortar contratos com a SpaceX teria um “impacto severo” nas capacidades espaciais militares e civis dos EUA, já que não há alternativas imediatas para os serviços da empresa.

A proposta orçamentária de Trump para 2026, que reduz o orçamento da NASA em 24% (de US$ 24,8 bilhões para US$ 18,8 bilhões) e foca em missões para Marte, alinhava-se inicialmente com os interesses de Musk, mas o conflito pode comprometer essa sinergia. A proposta inclui a substituição do caro Space Launch System (SLS) por sistemas comerciais como o Starship, mas a continuidade disso depende da relação entre Musk e Trump.

O conflito também pode afetar projetos como o sistema de defesa antimísseis Golden Dome, que poderia depender de tecnologia da SpaceX. Uma mudança para um design menos dependente de tecnologia espacial poderia reduzir oportunidades de contrato para a empresa.

Resumo: O conflito Musk-Trump coloca em risco bilhões em contratos da SpaceX, especialmente com a NASA, que depende da empresa para missões críticas como o transporte à ISS e o programa Artemis.

A ameaça de cancelamento de contratos é limitada por barreiras legais e pela dependência do governo dos EUA na SpaceX, mas a briga já gerou impactos financeiros, como a queda nas ações da Tesla, e pode prejudicar a reputação e a influência da SpaceX.

A reversão de Musk sobre descomissionar a Dragon e a percepção de que as ameaças são mais retóricas do que práticas sugerem que os impactos imediatos podem ser contidos, mas a relação abalada com a administração Trump e o aumento do escrutínio político podem criar desafios de longo prazo para a SpaceX.

Fonte/Foto: RNC – Frame

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