A possibilidade de empresas comprarem vacinas para a imunização de funcionários contra a Covid-19 foi negada pelo governo federal, pelo menos até o momento segundo afirmou nesta quinta-feira (14) o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

A proibição foi informada em reunião virtual realizada com empresários na quarta-feira (13) e que contou com a participação do ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, e o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco.

“Essa possibilidade ontem foi negada. Essa possibilidade no momento não existe”, disse Skaf em entrevista à radio CBN, explicando que o recado passado pelo governo foi de que a campanha de vacinação será centralizada pelo Ministério da Saúde.

“Uma empresa que tenha 100 mil funcionários, se ela quiser ir ao mercado, comprar a vacina e vacinar seus funcionários não pode”, acrescentou.

Apesar da proibição da vacinação pelo setor privado, o presidente da Fiesp afirmou que os empresários saíram da reunião “mais tranquilos” em relação ao início e ritmo da campanha nacional de vacinação.

Durante a abertura da reunião, Skaf lembrou aos representantes do governo que os empresários do Conselho estão à disposição para ajudar o país neste momento, como tem sido desde o início da pandemia. “Este é um grupo que acredita e quer o melhor para o Brasil, seu crescimento, geração de empregos e riqueza para o país. E estamos aqui, acima de tudo, para contribuir com o Brasil”, afirmou.

Por sua vez, o ministro Braga Netto enfatizou o mote do governo, ao dizer que “ninguém ficará para trás”. Segundo ele, todas as vacinas aprovadas e certificadas pela Anvisa serão distribuídas para todos os brasileiros – são 38 mil pontos de vacinação no país – e o processo está bastante acelerado. “O planejamento está todo pronto, a vacinação começa assim que tivermos liberação da Anvisa, e não vão faltar insumos. Vale lembrar que o Brasil é o terceiro maior produtor de seringas do mundo”, afirmou. Braga Netto ressaltou ainda que “saúde de economia andam juntas”.

O secretário Élcio Franco disse que, depois de iniciada, a vacinação ganhará velocidade no decorrer do processo. No momento, o governo aguarda a chegada de dois milhões de doses do imunizante da Astrazeneca/Oxford e o Instituto Butantan já tem seis milhões de doses. Ambas vacinas aguardam aprovação da Anvisa para uso emergencial. “A partir de março a Fiocruz (que fabricará a vacina da Astrazeneca) estará produzindo 15 milhões de doses por mês, e o Instituto Butantan produzindo cerca de 10 milhões de doses por mês. Em pouco tempo poderemos até exportar vacinas”, pontuou.

Fonte: Agência Brasil/Fiesp