Santa Catarina enfrenta uma das piores ondas de temporais do ano, com chuvas torrenciais que transformaram ruas e residências em rios improvisados.
Desde o último sábado (22 de novembro), o estado registrou volumes excepcionais de precipitação, impulsionados pela formação de um ciclone extratropical entre o Sul e o Sudeste do Brasil.
O resultado: alagamentos generalizados, casas submersas e uma corrida contra o tempo para socorrer famílias afetadas.
Pelo menos seis municípios já decretaram situação de emergência nesta terça-feira (25), elevando o número de cidades em alerta e mobilizando recursos federais e estaduais para mitigar os danos.
As regiões mais castigadas foram o Litoral Norte e o Vale do Itajaí, onde o solo saturado e os rios transbordantes agravaram o cenário.
Em Luiz Alves, no coração do Vale do Itajaí, a situação chegou a níveis críticos: o município acumulou impressionantes 180 milímetros de chuva em apenas 12 horas – quase o total esperado para todo o mês de novembro.
Ruas inteiras foram engolidas pela água, deixando dezenas de casas debaixo d’água e isolando propriedades rurais, inclusive um rebanho de bois que precisou ser resgatado por equipes do Corpo de Bombeiros. A prefeitura local cancelou aulas e paralisou serviços essenciais, enquanto voluntários e autoridades trabalham para distribuir colchões e alimentos aos desalojados.
Outras cidades seguem o mesmo drama. Petrolândia, Lontras, Massaranduba e Ibirama, todas no Vale do Itajaí, foram as primeiras a acionar o decreto de emergência no domingo, após estragos que danificaram mais de 360 residências em 33 municípios afetados no total.
Em Massaranduba, o transbordamento de córregos invadiu bairros inteiros, forçando a evacuação de famílias com crianças e idosos. Já no Litoral Norte, Balneário Barra do Sul registrou cerca de 150 mm em 12 horas, deixando 100 pessoas desabrigadas e ruas intransitáveis.
A Defesa Civil estadual estima que pelo menos 130 pessoas estejam desalojados em todo o estado, com 15 desabrigados em abrigos improvisados.
O governador Jorginho Mello, ao lado do secretário de Proteção e Defesa Civil, Fabiano de Souza, visitou as áreas mais atingidas e reforçou o envio de máquinas pesadas, lonas e kits de higiene. “Estamos mobilizando todos os recursos para que ninguém fique desamparado”, declarou o governador em coletiva nesta manhã.
O decreto de emergência facilita contratações emergenciais e libera verbas federais via Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, agilizando a reconstrução de pontes, drenagens e moradias. Equipes do Corpo de Bombeiros realizaram mais de 200 resgates desde o início da crise, incluindo operações noturnas em áreas ilhadas.
A boa notícia é que o pior pode estar passando. Segundo a Defesa Civil, as pancadas isoladas devem diminuir ao longo do dia, com tempo mais firme previsto para quarta-feira (26). No entanto, o alerta persiste: o solo encharcado eleva o risco de deslizamentos, e rajadas de vento com granizo ainda ameaçam o Norte catarinense até o fim da tarde.
Especialistas atribuem a intensidade das chuvas às mudanças climáticas, que tornam eventos como esse mais frequentes e violentos no Sul do Brasil.
Enquanto as águas baixam, as histórias de resiliência emergem. Em Luiz Alves, moradores formaram mutirões para limpar lamas e salvar pertences, simbolizando a força comunitária que tanto define Santa Catarina.
Mas o episódio serve de lembrete urgente: investir em infraestrutura resiliente e educação preventiva é essencial para enfrentar o que o clima reserva. A Defesa Civil orienta: em caso de risco, ligue 199 ou 193. O estado se une para reerguer o que as chuvas derrubaram – e torce por dias mais secos pela frente.
Fonte: Agência Brasil – Imagem: CBMSC
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