Militares protestam contra falta de punição a Pazuello
A decisão do Comando do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello por ter participado de um ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro, tomada nesta quinta-feira, 3, irritou oficiais influentes e de alta patente da caserna. Antigo aliado de Bolsonaro, o general da reserva, Paulo Chagas, disse que o comandante do Exército, Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, Bolsonaro e Pazuello “estão colaborando para a desmoralização da instituição”. Chagas também ressaltou que a decisão pode acabar com a disciplina típica das Forças Armadas. “Lamento a decisão. Está aberto o precedente para que a política entre nos quartéis. A disciplina está ameaçada”, afirmou o general.
Para o general, “presidente, o comandante e o general Pazuello estão contribuindo para a desmoralização e para a queda do prestígio conquistado pelo Exército Brasileiro. Esta decisão põe em risco a autoridade do comandante, por quem tenho grande apreço”, acrescentou Paulo Chagas. Em nota, o Comando do Exército informou que acolheu os argumentos apresentados por Pazuello e diz ter entendido que não houve transgressão ao regimento interno da instituição. O regimento do Exército, no entanto, proíbe claramente a participação de qualquer oficial da Força em eventos políticos de qualquer natureza, sob risco de sofrer punições que variam de advertência à prisão.
Pazuello passou ileso de sanções mesmo depois de ter ido a um ato político ao lado do mandatário no Rio, em 23 de maio. O general estava no meio de uma aglomeração e sem máscara, poucos dias após ter defendido o uso da proteção na CPI da covid-19. Ele é um dos principais alvos da comissão. Nesta semana, Pazuello foi nomeado para um cargo de confiança ligado à Presidência. Será secretário de Assuntos Estratégicos e terá salário de R$ 16 mil. Com essa nomeação, Bolsonaro deixou claro que não aceitaria nenhuma advertência ao seu ex-ministro da Saúde, desafiando os militares que desejavam uma punição exemplar. Desde o início disse que ele era o chefe do Exército e que não aceitaria ter seu poder posto em xeque. O Exército, portanto, cedeu às pressões do presidente e criou nova crise no meio militar.
Bombeiros encerraram trabalho no desabamento em comunidade do Rio
Os bombeiros encerraram às 14h40 os trabalhos no local do desabamento que ocorreu por volta das 3h20 de ontem (3), na Rua das Uvas, na comunidade de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio. Com isso, a área já está entregue à Defesa Civil municipal para a avaliação dos impactos do desabamento em prédios próximos. Foram interditados seis imóveis, além do que desabou. “Após avaliação da Defesa Civil, funcionários das secretarias de Conservação e de Infraestrutura farão, respectivamente, a limpeza do local e a avaliação dos riscos de novos desabamentos”, informou a Prefeitura. A Secretaria Municipal de Habitação (SMH) informou que o imóvel era irregular, mas de acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Civil, informações iniciais indicam que o imóvel foi construído há mais de 20 anos por familiares que moravam no local.
Sua construção não teria ligação com milícias, conforme ocorre com outros imóveis construídos na região. A Secretaria Municipal de Conservação revelou que, desde janeiro, somente nas Áreas de Planejamento AP4 e AP5, que englobam a zona oeste da cidade, mais de 180 construções irregulares foram demolidas. Além disso, foram emitidas mais de 150 notificações, que geram processos administrativos e podem resultar em demolição. Logo após o desabamento, o Centro de Operações da Prefeitura (COR) acionou equipes para o local e toda a área foi isolada. Foram para o local integrantes do COR, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, da concessionária de energia Light, da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio), da Defesa Civil e da Guarda Municipal.
Cármem Lúcia autoriza abertura de inquérito contra Ricardo Salles
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármem Lúcia aceitou hoje (2) pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para abertura de inquérito envolvendo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O pedido da PGR foi assinado pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, que apontou a suspeita de prática dos crimes de advocacia administrativa, dificultar fiscalização ambiental e impedir ou embaraçar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
Há duas semanas, Salles também foi alvo da Operação Akuanduba, da Polícia Federal (PF), que foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Essa operação investiga um suposto esquema de facilitação para exportação de madeira ilegal. Procurada pela reportagem, a assessoria do ministro declarou que “o inquérito demonstrará que não há, nem nunca houve, crime nenhum”.
Secretário e empresários do Amazonas são transferidos para presídios
O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, e quatro dos cinco empresários detidos ontem (2), em caráter temporário, durante a quarta fase da Operação Sangria, da Polícia Federal (PF), foram transferidos na manhã de hoje (3) para o sistema prisional estadual. Campêlo e os empresários Nilton Costa Lins Júnior; Sérgio José Silva Chalub, Frank Andrey Gomes de Abreu, Carlos Henrique Alecrim John são suspeitos de desviar dinheiro público destinado a ações que o governo amazonense implementou para combater a covid-19, como a construção de um hospital de campanha. O próprio governador Wilson Lima é um dos alvos da investigação.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), após passarem a noite na superintendência da PF, em Manaus – onde prestaram depoimentos –, os cinco investigados foram transferidos para o Centro de Recebimento e Triagem (CRT). De lá, Campêlo e Costa foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória de Manaus II (CDPM II) e Chalub, Abreu e John para o CDPM I. O sexto investigado detido na operação, Rafael Garcia da Silveira, está preso em Porto Alegre (RS). Campêlo foi detido por policiais federais, no meio da tarde de ontem, ao desembarcar de um avião no Aeroporto Eduardo Gomes, na capital manauara. Outro dos detidos, o empresário Nilton Costa Lins Júnior, está sendo acusado de receber a tiros os policiais federais que foram a sua casa cumprir os mandados de prisão e de busca e apreensão de eventuais provas que possam auxiliar na apuração.
Covid-19: lote com 527 mil doses da vacina da Pfizer chega ao Brasil
O último de três lotes nesta semana, vindos de Miami, com doses da vacina contra covid-19 da Pfizer/BioNTech chegou ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), com 527 mil doses na noite de hoje (3). Somadas às outras remessas, de 936 mil doses cada, que chegaram na última terça-feira (1º) e ontem (2), serão mais 2,3 milhões de doses na semana.
Com o novo lote, mais de 5,8 milhões de doses terão sido entregues ao Ministério da Saúde pela farmacêutica desde o fim de abril. Dessas, cerca de 3,5 milhões de doses de vacinas da Pfizer já foram distribuídas aos estados brasileiros e ao Distrito Federal, segundo informações da pasta.
Doria afirma que Saúde ainda não entregou novas doses da Pfizer que chegaram ao Brasil
O governo de São Paulo informou na noite desta quinta-feira, 3, que ainda não recebeu nenhuma das doses da vacina Pfizer destinadas ao Estado que chegaram nesta quarta-feira, 2, ao Brasil. A Secretaria Estadual da Saúde afirma que “como o Ministério da Saúde está de folga no feriado, o governo paulista sequer recebeu uma explicação para o atraso”. O governador João Doria (PSDB) usou seu perfil pessoal no twitter para criticar o atraso e falta de comprometimento do governo. Segundo ele, o atraso aponta “descaso com a vida dos brasileiros”.
Ao longo desta semana, o Ministério da Saúde recebeu três carregamentos com doses da vacina contra covid-19 da Pfizer. Dois aviões carregados, cada um com 936 mil doses, chegaram ao aeroporto de Viracopos em Campinas/SP entre terça e quarta-feira. Outro, com 527 mil doses, desembarcou na noite de hoje. No total são 2,3 milhões novas doses da vacina da fabricante estão à disposição do Governo Federal. O atraso ocorre um dia após o governador anunciar que irá vacinar, pelo menos com a primeira dose, todas as pessoas acima de 18 anos, que moram em São Paulo, até o fim de outubro. Mais otimista, o novo cronograma antecipa em dois meses a imunização da população em geral no Estado. O governo estadual avisou que o atraso no recebimento das doses do imunizante pode prejudicar o novo calendário.
Lesões na pele podem ser indicativo de covid-19
Lesões na pele como púrpura, necrose e lesões vasculares podem ser indicativo de covid-19. É o que aponta a revisão sistemática de estudos científicos feita pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O estudo mostra que manifestações cutâneas podem ser tanto indicativos como consequências da doença. “Algumas são como se fossem manifestações do vírus, com os outros sintomas gerais, como febre, por exemplo, e outras, principalmente as mais tardias, são consequência. São problemas da vascularização, da coagulação, e acabam acarretando sequelas na pele”, disse à Agência Brasil a assessora do Departamento de Medicina Interna da SBD, Camila Seque, responsável pela pesquisa.
Segundo os estudos, esses sintomas aparecem em 6% a 10% dos casos. De acordo com o documento, as lesões de pele podem surgir em até quatro semanas após o início dos sintomas gerais da doença mas, principalmente, no primeiros 15 dias. Os quadros de exantema (manchas vermelhas) e urticária costumam ser mais precoces, com início concomitante aos sintomas gerais ou nos dois primeiros dias. As manifestações vasculares, como pseudo-eritema pérnio (manchas roxas nas extremidades de mãos e pés), púrpura e necrose são tardias, ocorrendo em geral após a segunda semana de infecção.
“Não tem um quadro único, específico. São [manifestações] muito polimorfas”, informou Camila. Segundo ela, embora as lesões melhorem com a melhoria do quadro da infecção, em alguns casos, elas podem se agravar. As manifestações vasculares com necrose das extremidades podem gerar, inclusive, amputação de membros. O pior quadro inclui as manifestações vasculares tardias, que ocorrem em pacientes também em estado mais grave, internados em UTI, intubados, idosos com comorbidades e que tomam muitos remédios. “É todo um contexto já bem mais complicado”. A especialista diz que lesões mais leves, como urticárias e erupções cutâneas podem aparecer em pacientes assintomáticos, do ponto de vista sistêmico. “Elas podem ser uma manifestação única da covid-19”, revela.
Anvisa é reeleita para novo mandato em comitê internacional
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seguirá como membro do Comitê Gestor do Conselho Internacional de Harmonização de Requisitos Técnicos para Produtos Farmacêuticos de Uso Humano (ICH). A agência foi reeleita para um novo mandato de três anos, em decisão tomada hoje (3) pela Assembleia do ICH, com a presença de autoridades reguladoras e associações da indústria de todo o mundo.
O ICH é uma iniciativa que reúne autoridades regulatórias e a indústria farmacêutica para discutir aspectos científicos e técnicos do desenvolvimento e registro de produtos farmacêuticos. Além da Anvisa, também foram reeleitas autoridades reguladoras da China e da Coreia do Sul. Também compõem o Comitê Gestor do ICH autoridades reguladoras do Canadá, dos Estados Unidos, do Japão, da Suíça, União Europeia, além de associações internacionais da indústria. A Anvisa é a única autoridade da América Latina membro regulador do ICH. São 48 especialistas da agência em 28 grupos de trabalho, com a finalidade de discutir a harmonização de temas regulatórios, como a eficácia, segurança e qualidade dos medicamentos.
Covid-19: Brasil registra 469.388 óbitos e casos vão a 16.803.472
O Brasil chegou a 16.803.472 casos de covid-19 já confirmados no país. Apenas nas últimas 24 horas, foram 83.391 novos casos e 1.682 óbitos. Já o número total de mortes chegou a 469.388. O número de pessoas recuperadas totalizou 15.228.983. Os dados estão no balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado no início da noite de hoje (3). O balanço é elaborado a partir dos dados sobre casos e mortes levantados pelas autoridades locais de saúde.
O ranking de estados com mais mortes pela covid-19 é liderado por São Paulo (113.441), Rio de Janeiro (51.320) e Minas Gerais (40.880), ainda que os dados de mortes em Minas Gerais não tenham sido atualizados pela secretaria de saúde local, sendo, portanto, referentes ao balanço de ontem (2). Já as Unidades da Federação com menos óbitos são Roraima (1.649), Acre (1.680) e Amapá (1.712).
Em relação aos casos confirmados, São Paulo também lidera, com 3,3 milhões de casos. Minas Gerais, com 1,6 milhão, e Paraná, com 1,1 milhão de casos, aparecem na sequência. O estado com menos casos de covid-19 é o Acre, (82,9 mil), seguido por Roraima (104,5 mil) e Amapá (112,6 mil). Os dados da vacinação atualizados não foram informados pelo Ministério da Saúde até o fechamento da matéria.