Pfizer entrega mais de 1 milhão de doses de vacina ao Brasil

Um voo trazendo 1.076.400 doses da vacina contra a covid-19 ComiRNAty, da Pfizer, chegou por volta das 19h30 desta quarta-feira (18) no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). A empresa deve entregar 17,6 milhões de doses entre os dias 3 e 22 de agosto. É o 49º lote entregue pela farmacêutica ao governo brasileiro. Entre o final de agosto e setembro há a previsão da chegada de quase 52,4 milhões de doses – que fazem parte do primeiro acordo firmado no dia 19 de março e que contempla a disponibilização de 100 milhões de vacinas até o final do terceiro trimestre de 2021. O segundo contrato, assinado em 14 de maio, prevê a entrega de mais 100 milhões de doses entre outubro e dezembro. Ao longo do ano, a farmacêutica fornecerá um total de 200 milhões de doses de vacina ao Brasil.

Anvisa recomenda indicação de 3ª dose com prioridades

Foto: Marcelo camargo – Agência Brasil

Segundo informou o Estadão, a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta quarta-feira, 18, recomendar a indicação da terceira dose da vacina da Coronavac, “em caráter experimental”, para grupos que já receberam duas doses do imunizante, priorizando públicos-alvo como pacientes imunodeprimidos ou idosos. A recomendação ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde foi aprovada em reunião de diretoria realizada hoje. A decisão, no entanto, deverá ser “centralizada e coordenada” pelo PNI.

“Tendo em vista o atual cenário da pandemia no Brasil, a Anvisa decidiu recomendar ao PNI que considere a possibilidade de indicar uma dose de reforço, em caráter experimental, para grupos que receberam duas doses da CoronaVac, priorizando públicos-alvo como pacientes imunocomprometidos ou idosos”, diz a Anvisa em nota.

O órgão regulador alerta, no entanto, que antes de avançar nesse debate sobre doses adicionais, é necessário ampliar a integralidade da cobertura vacinal a todos os cidadãos aptos. “É prioritário que essa cobertura seja integral, com a aplicação de duas doses ou dose única, conforme a vacina.” A Anvisa destaca ainda a importância de manter medidas não farmacológicas, como uso de máscara de proteção facial, distanciamento social e higienização das mãos.

Anvisa rejeita uso de CoronaVac para crianças e adolescentes

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitou o pedido do Instituto Butantan para o uso da vacina CoronaVac em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. Em reunião extraordinária realizada nesta quarta-feira (18), a diretoria colegiada da agência avaliou que, com as informações apresentadas pelo Butantan, não é possível concluir sobre a eficácia e a segurança da dose nessa faixa etária. “Os dados de imunogenicidade deixam incertezas sobre a duração da proteção conferida pelo imunizante”, informou a Anvisa, por meio de nota. De acordo com a agência, o perfil de segurança da vacina também não permite concluir quais os riscos para crianças e adolescentes – em grande parte, devido ao número considerado insuficiente de participantes nos estudos.

“Faltaram ainda dados que considerassem a vacinação em faixas etárias específicas. Também não é conhecida a eficácia ou a capacidade de indução de resposta imune pela vacina em crianças com comorbidades e imunossuprimidas.” Para prosseguir com a solicitação de inclusão da faixa etária de 3 a 17 anos, o Butantan, segundo a Anvisa, precisa apresentar informações pendentes e submeter um novo pedido à agência. A CoronaVac recebeu autorização temporária de uso de emergencial por parte da Anvisa em janeiro. A aprovação das doses sob essa condição permanece enquanto perdurar a situação de emergência em saúde pública decorrente da pandemia de covid-19 no Brasil. Atualmente, a vacina da Pfizer é a única aprovada para crianças e adolescentes de 12 a 17 anos. Já a farmacêutica Janssen, que oferece imunização contra a doença em dose única, recebeu autorização para a condução de estudos com menores de 18 anos no Brasil.

Covid-19: Brasil tem 19,6 milhões de casos e 549,4 mil mortes

O número de pessoas que não resistiram à covid-19 no Brasil subiu para 571.662. Em 24 horas, foram registradas 1.064 mortes. Já o total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia chegou a 20.457.897. Em 24 horas, foram confirmados pelas autoridades sanitárias 41.714 novos casos. Os dados estão na atualização diária do Ministério da Saúde, divulgada na noite desta quarta-feira (18). O balanço é produzido a partir de informações fornecidas pelas secretarias estaduais de Saúde. Há, ao todo, 523.245 pessoas com casos ativos da doença em acompanhamento por profissionais de saúde e 19.362.990 pacientes se recuperaram.

Estados

Na lista de estados com mais mortes estão São Paulo (143.471), Rio de Janeiro (60.902), Minas Gerais (52.132.687) e Paraná (36.687). As unidades da Federação com menos óbitos são Acre (1.808), Roraima (1.923), Amapá (1.942), Tocantins (3.631) e Alagoas (5.982). Em número de casos, São Paulo também lidera (4.187.465), seguido por Minas Gerais (2.030.241), Paraná (1.429.658), Rio Grande do Sul (1.394.299) e Bahia (1.211.625).  As unidades da Federação com menos casos são Acre (87.607),  Amapá (122.148) e Roraima (122.224).

SC: Estado confirma 1.138.221 casos, 1.107.753 recuperados e 18.432 mortes

Santa Catarina chegou a 1.138.221 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, sendo que 1.107.753 estão recuperados e 12.036 continuam em acompanhamento. O balanço foi divulgado nesta quarta-feira, 18. Desde o início da pandemia, 18.432 óbitos foram causados pela doença respiratória. A taxa de letalidade atual é de 1,62%. Houve mais 27 óbitos registrados em relação ao último boletim. A quantidade de casos confirmados subiu 1.495 e outras 1.314 pessoas passaram a ser consideradas recuperadas, segundo estimativa do Governo do Estado. O número de casos ativos registrou um crescimento de 154.

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>>> Confira o detalhamento dos óbitos por data
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As 295 cidades catarinenses já têm registro de casos confirmados, e 293 registraram ao menos um óbito. O Governo do Estado estima que haja 27 municípios sem casos ativos. Atualmente, a regional de saúde com mais casos ativos proporcionalmente à população é a Oeste, com 400 para cada 100 mil habitantes. Em seguida, estão Xanxerê (280) e Nordeste (251). As que menos têm são Carbonífera (66), Alto Uruguai Catarinense (80) e Extremo-Sul (85). Dos 1.513 leitos de UTI Adulto existentes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Santa Catarina, há 1.021 ocupados, sendo 478 por pacientes com confirmação ou suspeita de Covid-19. A ocupação é de 67,5%.

Seminário organizado pela Secretaria da Saúde avalia enfrentamento da Covid-19 e pós-pandemia

Foto: Julio Cavalheiro/Secom

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) promoveu nesta quarta-feira, 18, em Florianópolis, o Seminário de Avaliação do Enfrentamento à pandemia e começou a traçar o cenario pós-Covid. Durante o evento, foram debatidos os próximos passos da Regulação, Planejamento, Urgência e Emergência, do Núcleo de Projetos, da Vigilância em Saúde, da Administração e dos Hospitais Públicos. No seminário foram ouvidos superintendentes e diretores da pasta. O governador Carlos Moisés também compareceu no início da apresentação e falou de sua admiração pelo trabalho dos servidores da SES. “Impressiona ver o que foi conquistado e todo o trabalho executado por vocês. Mesmo diante de momentos extremamente dolorosos, e eles ocorreram, conseguimos executar um trabalho digno para a nossa população”, afirmou Moisés.

Trabalho desenvolvido: O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, iniciou agradecendo ao empenho dos servidores, parceiros e dos membros do Colegiado do Governo do Estado. Ele lembrou as dificuldades existentes no início da gestão e ressaltou toda a estrutura criada para enfrentar a pandemia. “Assumimos o Estado com uma dívida de um bilhão de reais, considerada por muitos como impagável. Com menos de um ano, nós conseguimos organizar o caixa da SES. Além disso, ampliamos, com o trabalho de todos vocês, nossa rede hospitalar para o atendimento à Covid. Chegamos a contar com quase dois mil leitos de UTI, garantindo assistência a todos os catarinenses”, resumiu o secretário.

Durante o seminário, o Núcleo de Projetos da SES foi ouvido, além da Superintendência de Planejamento, Superintendência de Vigilância em Saúde, Superintendência de Gerência Administrativa, Superintendência de Regulação, Superintendência dos Hospitais Públicos Estaduais e Superintendência de Urgência e Emergência. Falou-se em articulação da rede de atenção, política hospitalar, articulação intersetorial, projetos nas áreas de educação, regionalização de serviços e novas organizações de resposta. “Essa é a crise da nossa geração. Espero que seja a única e que aprendamos com ela”, avaliou o Superintendente da Vigilância em Saúde, Eduardo Macário.

Mais de 1,4 milhão de paranaenses foram diagnosticados com a Covid-19

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou nesta quarta-feira (18) mais 7.040 casos confirmados e 91 mortes — referentes aos meses ou semanas anteriores e não representam a notificação das últimas 24 horas — em decorrência da infecção causada pelo novo coronavírus. Há ajustes ao final do texto. Os dados acumulados do monitoramento da Covid-19 mostram que o Paraná soma 1.423.026 casos confirmados e 36.471 mortes em decorrência da doença. Os casos confirmados divulgados nesta data são de agosto (2.797), julho (674), junho (697), maio (963) abril (320), março (406), fevereiro (136) e janeiro (212) de 2021 e dos seguintes meses de 2020: abril (1), junho (8), julho (14), agosto (13), setembro (9), outubro (8), novembro (43) e dezembro (739).

INTERNADOS – 1.090 pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19 estão internados. São 771 pacientes em leitos SUS (448 em UTI e 323 em leitos clínicos/enfermaria) e 319 em leitos da rede particular (146 em UTI e 173 em leitos clínicos/enfermaria). Há outros 1.547 pacientes internados, 734 em leitos UTI e 813 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos da rede pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo Sars-CoV-2.

ÓBITOS – A Sesa informa a morte de mais 91 pacientes. São 39 mulheres e 52 homens, com idades que variam de 31 a 94 anos. Os óbitos ocorreram de 11 de abril a 18 de agosto de 2021. Os pacientes que foram a óbito residiam em: Curitiba (50), Cascavel (5), Prudentópolis (4), Pinhais (3), Londrina (3), Colombo (3), Araucária (3), Pont0a Grossa (2), Ibiporã (2) e Almirante Tamandaré (2). A Sesa registra ainda a morte de uma pessoa que residia em cada um dos seguintes municípios: Terra Rica, São José dos Pinhais, Sarandi, Pontal do Paraná, Pitanga, Pinhalão, Nova Laranjeiras, Marechal Cândido Rondon, Loanda, Francisco Beltrão, Diamante D’Oeste, Cornélio Procópio, Campo Largo e Cambé.

FORA DO PARANÁ – O monitoramento da Sesa registra 6.632 casos de residentes de fora do Estado, 216 pessoas foram a óbito.

Confira o informe completo clicando aqui.

Após silêncio reiterado, advogado da Precisa passa a ser investigado pela CPI

O advogado Túlio Belchior da Silveira passou da condição de testemunha a de investigado, após silenciar na maior parte de seu depoimento à CPI da Pandemia, nesta quarta-feira (18). Silveira optou pelo direito ao silêncio para não se incriminar, amparado por habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), alegando o sigilo profissional do advogado, mas sua postura indignou vários senadores. Silveira afirmou à CPI ter sido um simples advogado contratado pela Precisa Medicamentos para assessoria jurídica na negociação da vacina indiana Covaxin, do laboratório Bharat Biotech, junto ao Ministério da Saúde — cancelada após suspeitas de corrupção. Porém, em trocas de mensagens obtidas pela CPI, Silveira atuou como funcionário do Departamento Jurídico da Precisa. Ele participou de audiência pública para debater a vacinação no Senado, em março deste ano, na condição de “gerente de contratos” da Precisa. Além disso, ele abriu um escritório de advocacia três dias antes da assinatura do contrato da vacina.

Logo no início do depoimento, o advogado negou-se a prestar o juramento de dizer a verdade. Foi advertido pelo Presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), de que não poderia repetir a atitude de outro depoente, o empresário Carlos Wizard, que se manteve em silêncio ao longo de todo o depoimento, no dia 30 de junho. Nenhum direito fundamental é absoluto, muito menos pode ser exercido para além de suas finalidades constitucionais — lembrou Omar Aziz. Silveira chegou a responder as primeiras perguntas do relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), sobre a natureza de sua relação com a Precisa. Quando os questionamentos começaram a se aprofundar em minúcias da negociação, no entanto, o advogado começou a se valer do habeas corpus. Renan Calheiros (MDB-AL) criticou com veemência a decisão da testemunha de se calar:

O silêncio do depoente é um silêncio incriminador, porque, tendo oportunidade, não respondeu a perguntas que não tinham nada a ver com a negociação da Covaxin, nem com a Precisa. A senadora Simone Tebet (MDB-MS), uma das requerentes da convocação do advogado, fez uma detalhada exposição da possível participação de Silveira em irregularidades na negociação da Covaxin, como imprecisões e contradições em detalhes do contrato e das invoices (faturas). Segundo ela, a Precisa não possuía procuração da Bharat que a legitimasse como negociadora de vacinas com o governo brasileiro.

Francisco Maximiano, dono da Precisa, deve ser ouvido pela CPI

Edilson Rodrigues/Agência Senado

O sócio-proprietário da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, será ouvido pela CPI da Pandemia nesta quinta-feira (19), a partir das 9h30. A empresa representou no Brasil o laboratório indiano Baraht Biotech, que fabrica a vacina Covaxin, e estaria envolvida em irregularidades no processo de compras do imunizante pelo Ministério da Saúde. A vacina estava sendo negociada ao preço de US$ 15 a dose, e o contrato previa a aquisição de 20 milhões de doses, num total aproximado de R$ 1,6 bilhão, com a conversão da época. O tema entrou na mira da comissão de inquérito depois que o servidor Luiz Ricardo Miranda denunciou que estava sendo pressionado para acelerar a compra. Luiz Ricardo é irmão do deputado Federal Luiz Miranda (DEM-DF), e ambos já depuseram à CPI. Na ocasião, os irmãos disseram ter avisado ao presidente Jair Bolsonaro, sobre a suspeita de corrupção e fraude na contratação.

Depois que as suspeitas tornaram-se públicas por meio da CPI da Pandemia, o contrato foi cancelado pelo Ministério da Saúde, e a Bharat Biotech, rompeu com a Precisa em julho. O requerimento para a oitiva desta quinta-feira partiu do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que diz ser imprescindível esclarecer os exatos termos das tratativas entre a Precisa Medicamentos e o governo federal para aquisição da Covaxin. A Precisa Medicamentos é sócia de outra empresa, a Global Saúde, acusada de não ter cumprido contrato fechado com o Ministério da Saúde para fornecer remédios de alto custo. O negócio foi feito no fim de 2017, quando a pasta era chefiada pelo deputado federal Ricardo Barros, atual líder do governo na Câmara.

Ricardo Barros entra para lista de investigados da CPI da Pandemia

O deputado Ricardo Barros ( PP-PR) foi incluído nesta quarta-feira (18) na lista de investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado. A informação foi dada pelo relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Na prática, a mudança de condição do deputado, que é líder do governo na Câmara, significa que o colegiado concluiu que pode haver indícios de crimes envolvendo o parlamentar. Segundo Calheiros, Barros  será investigado pelo “conjunto da obra”. “Estamos agregando o nome dele aos nomes já investigados em função dos óbvios indícios de sua participação nessa rede criminosa que tentava vender vacina através de atravessadores, comprometendo muitas vezes setores da sua própria família e fazendo com que o país perdesse oportunidade de comprar vacinas na hora certa, vacinas que salvariam vidas”, avaliou o relator. Segundo dados apurados pela CPI, há indícios da participação do parlamentar ou de pessoas ligadas a ele em esquemas de negociação de imunizantes contra a covid-19. Um deles da vacina indiana Covaxin, da Bharat Biotech. Em fevereiro deste ano, o governo federal fechou um acordo de R$ 1,6 bilhão para comprar 20 milhões de doses da vacina, a R$ 80,70 cada. O valor foi um dos mais elevados na comparação com outros.

“A comissão parlamentar de inquérito tem notícia de outras pessoas que negociaram vacinas com o Ricardo [Barros] e que foram mandadas para o Roberto Ferreira Dias”, ressaltou o relator. Dias foi diretor de Logística do Ministério da Saúde à época em que essas negociações estavam em curso. Segundo denúncias feitas à CPI, o ex-diretor teria pedido propina de US$ 1 por dose do imunizante AstraZeneca. Após a denúncia, Roberto Dias, que nega as acusações, foi exonerado do cargo. Diante da decisão do relator da CPI, Ricardo Barros, que também já havia negado as acusações em depoimento ao colegiado, se manifestou pelo Twitter. “CPI interrompe o meu depoimento, anuncia que sou investigado e que não pretende mais me ouvir. Não suportam a verdade e usam táticas covardes de vazamento. Minha conduta parlamentar é exemplar. Nada encontrarão. Agora, meus advogados conduzirão o relacionamento com a CPI”, avisou o deputado.

Senadores acionam STF para investigar Aras

Os senadores Fabiano Contarato (Rede-ES) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentaram uma notícia-crime à ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo a abertura de uma investigação contra o procurador-geral da República, Augusto Aras. Os congressistas dizem que o atual PGR cometeu prevaricação ao deixar de instaurar investigações que envolvessem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “O comportamento desidioso do Procurador-Geral da República fica evidente não só pelas suas omissões, mas também pelas suas ações que contribuíram para o enfraquecimento do regime democrático brasileiro, do sistema eleitoral pátrio e para o agravamento dos impactos da Covid-19 no Brasil, além de ter atentado direta e indiretamente contra os esforços de combate à corrupção no país”, afirmam os senadores.

São listados os seguintes atos cometidos por Aras: Omissão quanto aos ataques ao sistema eleitoral brasileiro; Omissões e recusas de atuar em relação ao dever de defender o regime democrático brasileiro; Omissões e recusas de atuar em relação ao dever de fiscalizar o cumprimento da lei no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Os senadores relembram as declarações de Bolsonaro sobre supostas “fraudes” nas eleições que provocaram reações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do STF (Supremo Tribunal Federal). Os tribunais abriram investigações contra o presidente. Um grupo de subprocuradores também cobrou de Aras a abertura de um inquérito sobre o caso. “Não há qualquer informação, no entanto, de que esta (ou qualquer outra) representação sobre esta questão tenha sido acolhida pelo Procurador-Geral da República para que fosse aberto inquérito destinado a investigar as alegações do Presidente”, dizem.

Presidente do Senado defende diálogo entre Judiciário e Executivo

O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, defendeu nesta quarta-feira (18) o diálogo entre os Três poderes, especialmente entre o Judiciário e o Executivo. Ele disse que o radicalismo e o extremismo são ruins para o Brasil e que “a democracia não pode ser questionada da forma como vem sendo questionada no país”. Pacheco fez essas declarações logo após encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. O diálogo entre os representantes dos Poderes é fundamental e é um pilar essencial da democracia. Ajustamos [Pacheco e Fux] a manutenção desse diálogo; externei o respeito pelo Judiciário, pelo STF. Obviamente que exigimos de outra parte o respeito ao Poder Legislativo, e todos também devem respeito ao Poder Executivo e exigem a reciprocidade. Na reunião, Pacheco pediu a Fux o restabelecimento do diálogo com o Executivo. Um encontro com representantes dos três Poderes havia sido anunciado há algumas semanas, mas acabou sendo cancelado por Fux após Bolsonaro reiterar suas críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal e afirmar que poderia atuar fora das “quatro linhas” da Constituição.

É muito importante que se restabeleça o contato neste momento, sobretudo entre o presidente do STF e o presidente da República, num diálogo em que se possa identificar quais são as dificuldades, os problemas e suas razões, e buscar consenso, buscar convergir, sabedores todos que as divergências devem ser respeitadas e que a solução delas sempre se encontra por meio de instrumentos estabelecidos na Constituição — afirmou Pacheco, acrescentando que “não é necessário concordar sempre, mas [é preciso] ter sobretudo respeito à divergência”. O presidente do Senado ressaltou que Luiz Fux se mostrou disposto a remarcar a reunião entre representantes dos três Poderes. Entre os assuntos a serem discutidos, observou Pacheco, estão a consolidação da democracia no país, reformas estruturantes e o combate à fome, à miséria e ao desemprego. A democracia não pode ser questionada da forma como vem sendo questionada no país. É, portanto, uma conversa importante, necessária e que considero que possa ser o reinício de uma relação positiva entre os Poderes.

Impeachment no STF: Pacheco disse que ele e Fux não trataram, durante o encontro desta quarta-feira, dos possíveis pedidos de impeachment de ministros do STF (que Bolsonaro anunciou que iria fazer). Temos que ter uma responsabilidade muito grande com isso [impeachment]; isso não pode banalizado. É um instituto grave, excepcional, aplicado em casos muito específicos. Esse é um critério de natureza política, mas sobretudo jurídico e técnico, tanto para ministro do Supremo como para o presidente da República. É preciso ter um filtro muito severo — declarou ele.

Fala de Ministro Queiroga contra uso obrigatório de máscara gera incredulidade entre especialistas

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, provocou incredulidade entre médicos e cientistas nesta quarta-feira (18) ao desprezar um consenso planetário das autoridades de saúde sobre a prevenção da Covid. Conforme noticiado ontem (18), pela TV Globo. Ao conceder entrevista a um site bolsonarista, investigado por divulgar “fake news”, Queiroga disse que é contrário à obrigatoriedade do uso de máscaras. “Somos contra essa questão de obrigatoriedade. O Brasil é um país que tem muitas leis, e as pessoas infelizmente não as observam. O uso da máscara tem que ser um ato de conscientização. O benefício é de todos, o compromisso é de cada um. Então, não tem sentido essas multas. Não se pode criar uma indústria de multas.”

O infectologista Luís Fernando Aranha Camargo ressaltou que esse tipo de declaração atrapalha o controle da pandemia. “O poder público tem que ter consciência de que essas atitudes levam a ações na frente, na ponta, pela população, de não utilização de máscara. Com a situação da variante delta circulando no Brasil e a notícia de escape vacinal, nós dependeremos fortemente de máscara e de evitar aglomeração nos próximos dias. Portanto, esse tipo de apologia é um desserviço para o controle da pandemia no dia de hoje”, afirmou. Procurado pela reportagem o ministro Queiroga para que ele se manifestasse a respeito das críticas. Ele respondeu repetindo o que disse ao site: que o Brasil tem muitas leis, que as pessoas infelizmente não as observam, que o uso da máscara tem de ser um ato de conscientização em benefício de todos e que o compromisso é de cada um.