Joe Biden toma posse como presidente dos EUA em evento virtual

Joe Biden assume nesta quarta-feira (20) como o 46º presidente dos Estados Unidos em uma cerimônia com limitações provocadas pela pandemia do novo coronavírus e com segurança reforçada, após o ataque ao Capitólio no início do mês. Acompanhado pela vice-presidente Kamala Harris eles tomam posse às 12h (14h no horário de Brasilia). Devido à pandemia, a cerimônia de posse do democrata terá poucos convidados e não terá público, ao contrário do que tradicionalmente ocorre. A equipe de transição de Biden já previa um evento limitado devido à covid-19, que nos Estados Unidos matou mais de 400 mil pessoas, mas o ataque ao Capitólio no dia 6 de janeiro fez com que a prefeitura de Washington reforçasse a segurança da cidade. Na tarde ontem, 25 mil membros da Guarda Nacional aguardavam a chegada de Biden, mais que o dobro do efetivo de cerimônias passadas.

A posse de Biden e Kamala Harris não terá desfile, multidões ou baile, mas estão previstos atos virtuais e televisionados para compensar a falta de público. O atual presidente, Donald Trump, não vai comparecer à posse e será substituído pelo vice, Mike Pence. O número de convidados será limitado. Além de congressistas e dos membros do governo, estarão presentes os ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton, acompanhados de suas esposas, e o vice-presidente Mike Pence. Segundo os organizadores, serão colocadas 200 mil bandeiras dos estados para representar aqueles que não poderão participar do ato. Biden fará o juramento com uma Bíblia que está com sua família desde o século 19 e o padre jesuíta Leo O’Donovan, amigo de Biden, fará a oração inaugural. O juramento à bandeira será feito por uma chefe dos bombeiros de South Fulton (Geórgia) e Lady Gaga vai cantar o Hino Nacional.

Segundo a mídia local, a poetisa Amanda Gorman lerá um poema e haverá apresentações musicais de Jennifer López e de Garth Brooks. Na conclusão da cerimônia, Biben fará a tradicional inspeção das tropas como novo comandante-chefe do país. O desfile até a Casa Branca, no entanto, será substituído por um desfile virtual com a participação de pessoas de todo os EUA, segundo informaram os organizadores. Já o baile foi substituído por um especial de 90 minutos apresentado pelo ator Tom Hanks com a participação de vários artistas como Justin Timberlake, Bruce Springsteen, Bon Jovi e Demi Lovato. O evento será transmitido em vários canais, além das redes sociais.

Donald Trump: Ontem (19), Donald Trump exibiu um vídeo com seu discurso de despedida, divulgado no canal da Casa Branca no YouTube. Trump disse que encerra seu mandato como 45º presidente dos EUA orgulhoso de sua gestão. “Nós fizemos o que viemos aqui para fazer – e muito mais”. Trump desejou que a administração de Joe Biden mantenha “a América a salvo e próspera”. “Nós estendemos nossos melhores desejos e também queremos que eles tenham sorte – uma palavra muito importante.” O presidente também falou sobre o ataque ao Capitólio. “Todos os americanos ficaram horrorizados com o ataque ao nosso Capitólio. Violência política é um ataque a tudo que celebramos como americanos. Nunca pode ser tolerada.”

Relação Brasil-EUA: Para o professor de relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Juliano Cortinhas, a vitória de Biden nos Estados Unidos representará mais pragmatismo na relação entre os dois países e mais cobrança em relação a temas como o meio ambiente e direitos humanos. “O pragmatismo me parece, do lado dos Estados Unidos, que será a palavra chave para a gente entender como eles vão olhar o Brasil. O Brasil está longe de ser prioridade para os Estados Unidos e vai continuar longe de ser. E certamente haverá muito mais cobranças em relação ao meio ambiente e em relação a direitos humanos.” Para Cortinhas, o Brasil precisa fazer a “lição de casa” para mostrar ao governo Biden que é um país importante com o qual os EUA tem interesse e legitimidade para negociar. “Hoje o que eu vejo nessa relação bilateral será muito mais [de] cobranças vindas de lá. O foco [tende a ser] nos grandes parceiros dos Estados Unidos, [como] China, União Europeia principalmente, e outros países com os quais eles têm parcerias mais estratégicas.” Para o professor, o Brasil terá um cenário diferente e mais difícil pela frente.

Fiocruz admite atraso na produção da vacina

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) admitiu que poderá haver atraso na produção da vacina contra a covid-19 causado pela falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Em nota divulgada nesta terça-feira (19), a Fiocruz explicou que ainda aguarda a confirmação do insumo-base para a fabricação das vacinas. “Embora ainda dentro do prazo contratual em janeiro, a não confirmação até a presente data de envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) poderá ter impacto sobre o cronograma de produção inicialmente previsto de liberação dos primeiros lotes entre 8 e 12 de fevereiro”, informou a Fiocruz.

Segundo a fundação, o cronograma de produção será detalhado assim que a data de chegada do insumo estiver confirmada. “Ainda que sejam necessários ajustes no início do cronograma de produção inicialmente pactuado, a Fiocruz segue com o compromisso de entregar 50 milhões de doses até abril deste ano, 100,4 milhões até julho e mais 110 milhões ao longo do segundo semestre, totalizando 210,4 milhões de vacinas em 2021”, diz a nota. A Fiocruz produz a vacina em conjunto com a AstraZeneca.

Sem receber apoio na OMC, Índia tirou Brasil da lista de prioridades para vacinas contra Covid-19

A Índia vem deixando claro, nos últimos dias, que vender vacinas para o Brasil não é prioridade do país. Parte do motivo está na posição brasileira de não apoiar o país asiático em um pedido recente de suspensão temporária das patentes sobre suprimentos para o combate à Covid-19 incluindo os imunizantes. Nos últimos dias, segundo fontes ouvidas pelo blog, o Brasil tentou reverter a posição, sem obter resposta da Índia. O Itamaraty foi procurado, mas ainda não tinha se manifestado oficialmente até a última atualização desta reportagem. Em outubro, a Índia apresentou uma proposta à Organização Mundial do Comércio (OMC) para a licença compulsória (quebra de patente) temporária de produtos relacionados ao combate da pandemia.

Apesar da posição histórica do Brasil considerado exemplo do uso desse tipo de quebra de patentes para medicamentos genéricos, no passado, a decisão do governo Jair Bolsonaro foi de alinhamento aos Estados Unidos, à União Europeia e ao Japão. Com isso, a proposta da Índia, apoiada pela África do Sul, perdeu força. Segundo duas fontes da diplomacia brasileira ouvidas pelo blog, a posição brasileira causou mal-estar e, desde então, as relações entre a chancelaria brasileira e a indiana esfriaram bastante. A Índia deve exportar lotes de vacinas para seis países ainda esta semana, mas o Brasil não está nessa lista. Em abril, quando Jair Bolsonaro quis importar insumos para a produção de cloroquina – medicamento cujo uso é defendido pelo governo, mesmo sem ter eficácia contra a Covid-19, o presidente brasileiro chegou a ligar para o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

Desta vez, para tratar das doses a serem trazidas do laboratório indiano Serum, o esforço presidencial se resumiu ao envio de uma carta. “A falta de apoio do Brasil foi considerada pela Índia fator essencial para a proposta não deslanchar na OMC”, afirmou uma das fontes ouvidas pelo blog. A Índia seria a grande beneficiária de um acordo na OMC, já que é um dos principais produtores de genéricos e insumos para medicamentos. Mas a decisão também ajudaria o Brasil. A África do Sul, que ficou ao lado da Índia, assinou contrato com o Serum e deve receber, nos próximos dias, 1,5 milhão de doses da vacina da Astrazeneca vindas da Índia. O país africano tem pouco mais de um quarto da população brasileira.

Caminhões com mais de 100 mil m³ de oxigênio da Venezuela chegam a Manaus

Caminhões enviados pelo governo da Venezuela chegaram a Manaus, por volta de 21h40 desta terça-feira (19), com mais de 100 mil m³ de oxigênio. Os primeiros veículos com os cilindros com oxigênio saíram no sábado (16) da cidade de Puerto Ordaz, passaram por Pacaraima e Boa Vista (RR) e entraram na capital amazonense pela BR-174. O estado enfrenta um novo surto de Covid-19, e o recorde de internações pela doença colapsou, mais uma vez, o sistema de saúde. Desta vez, a capital sofre com falta de oxigênio nos hospitais, e já enviou mais de 100 pacientes com Covid para continuarem o tratamento em outros estados.

O Amazonas deu início a vacinação contra Covid nessa segunda (18). O estado recebeu 282 mil doses da CoronaVac, enviadas pelo Ministério da Saúde. Desde o começo da pandemia até esta terça, mais de 6,4 mil pessoas morreram com a doença em todo o estado. O governo venezuelano havia anunciando na sexta-feira que forneceria ao estado do Amazonas o oxigênio disponível no país. O carregamento que chegou em Manaus nesta segunda foi levado à sede da White Martins, empresa que fornece o insumo para o Estado. Atualmente, o consumo diário no Amazonas é de 76 mil m³. A capacidade de entrega das empresas fornecedoras do produto tem sido de 28.200 m³/dia e o déficit é de 48.300m³/dia.

Coari registra sete mortes por covid-19 por falta de oxigênio

O Hospital Regional de Coari registrou a morte de sete pacientes internados com a covid-19 por falta de oxigênio, nesta terça-feira (19), segundo divulgou a prefeitura do município do interior do Amazonas. Segundo a nota divulgada, a cidade deveria ter recebido 40 cilindros de oxigênio às 18h de ontem (18), mas o voo que levaria o insumo foi direto para o município de Tefé (AM) e ficou impossibilitado de retornar, já que, no momento, o aeroporto não opera voos noturnos. Os cilindros chegaram a Coari apenas às 7h de hoje.

A prefeitura disse na nota que a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas está lidando com a saúde do interior de “forma irresponsável”. “Desde a semana passada, em torno de 200 cilindros do Hospital Regional de Coari estão retidos pelo patrimônio da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas. A maioria aguardando abastecimento, enquanto a outra parte foi distribuída para as Unidades Básicas de Saúde da capital”, diz a nota. O aumento no número de internações de pessoas infectadas pelo novo coronavírus levou à lotação dos hospitais e a uma crise no sistema de saúde do estado. Uma força-tarefa em parceria com o governo federal está realizando a transferência de pacientes internados para outros estados para diminuir a lotação desses hospitais públicos.

O último boletim da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, divulgado ontem (18) à noite, contabilizou 232.434 casos de covid-19 no estado. Desde que a presença do novo coronavírus no país foi confirmada, no fim de fevereiro de 2020, 6.308 pessoas morreram no estado em decorrência da doença. Entre os casos confirmados, 1.766 pacientes estão internados, sendo 1.144 em leitos (475 na rede privada e 669 na rede pública), 598 em UTI (284 na rede privada e 314 na rede pública) e 24 em sala vermelha (estrutura voltada à assistência temporária para estabilização de pacientes críticos ou graves que, uma vez estabilizados, são encaminhados a outros pontos da rede de atenção à saúde).

Nota: A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) disse, em nota, que, ontem (18), por um atraso por parte da empresa White Martins em liberar os cilindros que seriam enviados de Manaus para Coari, não foi possível levar o oxigênio em voo direto, considerando que o aeroporto da cidade não opera à noite. Os 40 cilindros foram enviados então em voo para Tefé, para que de lá a carga fosse transportada de lancha para Coari. “A transferência dos cilindros de lancha para Coari foi alinhada com a cooperação da prefeitura de Tefé e, de acordo com a Secretaria Executiva Adjunta do Interior da SES-AM (SEAI-SES/AM), houve um novo atraso na saída da lancha para Coari, o que contribuiu também para que a chegada do material não ocorresse no tempo necessário”, diz a nota da pasta. A nota acrescenta que “as entregas e envios seguem ocorrendo diariamente para os municípios do interior, seja por envio terrestre, aéreo ou em retirada pelos municípios na sede do patrimônio da SES, localizada na Central de Medicamentos”.

Pará: No município de Faro, no Pará, uma pessoa morreu por asfixia na madrugada desta terça-feira pela falta de oxigênio. A prefeitura informou que os cilindros estavam previstos para chegar durante a madrugada, mas só chegaram na manhã de hoje, devido a um atraso na entrega em Santarém pela distribuidora. No entanto, o município acrescenta que o estoque de oxigênio já foi reabastecido e que deve durar por mais dois dias. Ao longo da semana, a previsão é que novas cargas cheguem à cidade. Ao todo, 27 pacientes internados na cidade dependem do tratamento com oxigênio. Desde o começo da pandemia, a prefeitura informou que foram sete mortes em decorrência da covid-19. O governo do Pará informou que caminhões contendo um total de 159 cilindros de oxigênio chegaram ontem (18) a Santarém, no oeste do Pará. De lá, eles foram distribuídos para as cidades de Oriximiná (79), Terra Santa (30), Faro (20) e Juruti (30). Conforme informou a prefeitura, os 20 cilindros são pagos pelo município e o governo estadual cuida da logística.

Covid-19: 115 pacientes foram transferidos do Amazonas para tratamento

Na madrugada desta terça-feira (19), mais quatro pacientes do interior do Amazonas foram transferidos para tratamento da covid-19 em outro estado. Os pacientes do município de Parintins, no Baixo Amazonas, foram levados para Belém, no Pará. Desde sexta-feira (15), foram 115 transferências de pacientes que estavam internados em unidades da rede estadual amazonense de saúde para tratamento em hospitais do Acre, Distrito Federal, Maranhão, Pernambuco, Piauí, João Pessoa, Rio Grande do Norte, Pará e de Goiás.

A ação faz parte da força-tarefa, em conjunto com o governo federal, para diminuir a lotação dos hospitais públicos do estado diante do aumento do número de internações de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Ontem (18), o governo do Amazonas havia informado a transferência de 15 pessoas para Goiás, no entanto, uma delas foi cancelada devido a impossibilidade de remoção de um dos pacientes por motivos clínicos.

Boletim: Segundo boletim divulgado há pouco, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas contabiliza 233.971 infectados pelo novo coronavírus no estado. Desde que a presença do vírus no país foi confirmada, no fim de fevereiro de 2020, 6.450 pessoas morreram em decorrência da doença no estado. Entre os casos confirmados, 1.768 pacientes estão internados, sendo 1.159 em leitos (484 na rede privada e 675 na rede pública), 590 em UTI (266 na rede privada e 324 na rede pública) e 19 em sala vermelha (estrutura voltada à assistência temporária para estabilização de pacientes críticos ou graves que, uma vez estabilizados, são encaminhados a outros pontos da rede de atenção à saúde).

Covid-19:  governo de São Paulo lança vacinômetro

O governo de São Paulo lançou nesta terça-feira (19) o “Vacinômetro”, uma ferramenta digital que permite a qualquer pessoa acompanhar, em tempo real, o número de pessoas que foram vacinadas contra a covid-19 no estado. O “Vacinômetro” está disponível no portal do governo de São Paulo. Segundo o governo, a ferramenta será alimentada diretamente com as informações do “Vacivida”, plataforma digital integrada para monitorar toda a campanha de vacinação contra a covid-19 no estado.

Vacinação: Até as 18h de hoje, o governo de São Paulo vacinou 8.250 pessoas contra a covid-19. Nesta terça-feira, a vacinação começou no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e Marília e no Hospital de Base de São José do Rio Preto. A imunização já começou no HC da capital, de Botucatu e da Unicamp de Campinas. Nesta terça-feira, o governo do estado também está fazendo a distribuição de cerca de 305 mil doses da vacina Coronavac para 26 cidades com mais de 30 mil habitantes e a dois grupos de Vigilância Epidemiológica (GVE) regionais que farão a subdivisão para cidades menores em suas áreas de atuação. Os 28 locais de distribuição incluem regiões da Grande São Paulo, Sorocaba e Vale do Paraíba. Segundo o governo estadual, no decorrer desta semana, as 645 cidades receberão seus quantitativos iniciais.

Brasil deve enfrentar pior fase da pandemia nas próximas semanas

Nos últimos dias, a pandemia no Brasil foi marcada por imagens de dor e de esperança. De um lado, a falta de oxigênio em Manaus mostrou a tragédia causada pela falta de coordenação contra a covid-19. Do outro, a aprovação das primeiras vacinas deu o primeiro sinal, ainda bem distante, de que essa crise sanitária vai ter um fim. Em meio a tantas notícias, especialistas ouvidos pela BBC News Brasil alertam que a situação da pandemia no país deve se agravar entre o final de janeiro e o início de fevereiro. “Estamos num momento bem preocupante. Talvez as pessoas não estejam percebendo ainda, mas tudo indica que as próximas semanas serão complicadas”, antevê o bioinformata Marcel Ribeiro-Dantas, pesquisador do Institut Curie, na França.

De acordo com o levantamento feito pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde), o país contabiliza até o momento 8,5 milhões de casos e 210 mil mortes por covid-19. Nos últimos dias, a confirmação de novas infecções e óbitos pela doença tem se mantido num patamar considerado alto. A tendência, de acordo com epidemiologistas, bioinformatas e cientistas de dados ouvidos pela reportagem, é que esses números se mantenham elevados ou subam ainda mais daqui para a frente. Mas qual a razão para isso? Há pelo menos quatro fatores que ajudam a explicar esse momento da pandemia no Brasil.

Efeito Natal e Réveillon: Não foram poucos os relatos de aglomerações nos últimos dias de dezembro. A despeito das orientações das autoridades em saúde pública, muitos familiares e amigos resolveram se reunir para celebrar o Natal e a passagem para 2021. Os efeitos das festas começam a ser sentidos agora. E isso pode ser explicado pela própria dinâmica da covid-19 e o tempo que a doença demora a se manifestar e se desenvolver.

Onda de mutações e variantes: Nas últimas semanas, cientistas detectaram variantes do coronavírus que causaram grande preocupação. Três dessas novas versões ganharam destaque. Elas foram encontradas no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil (mais precisamente em Manaus). O que chamou atenção é que esse trio traz mutações nos genes relacionados à espícula, uma estrutura que fica na superfície viral e permite que ele invada as células do nosso corpo para dar início à infecção.

Demora na atualização dos dados: No mês de dezembro, é comum que muitos funcionários tirem férias. Setores e departamentos de empresas privadas ou órgãos públicos entram em recesso por alguns dias. Alguns setores chegam a trabalhar com equipes reduzidas. Isso, claro, aconteceu com trabalhadores da área de saúde e de vigilância epidemiológica dos estados e dos municípios brasileiros.

Novas gestões e acúmulo de trabalho: Outro fator que parece ter atrapalhado ainda mais a coleta das estatísticas foi a transição de governo em muitas cidades brasileiras. Várias prefeituras tiveram uma troca de comando a partir de janeiro. “Há casos em que o novo prefeito modificou o secretário de saúde e reformulou a equipe que acompanha essas questões. Há um tempo até que esses novos gestores se acostumem ao ritmo e às necessidades da pandemia”, afirma Schrarstzhaupt, da Rede Análise Covid-19. Por fim, os profissionais de saúde estão sofrendo com o acúmulo de funções. Em muitos lugares, são os próprios médicos e enfermeiros que precisam alimentar o sistema de informática com os novos casos confirmados de covid-19 no hospital.

Realidade paralela: O descompasso entre o que mostram as curvas epidêmicas desatualizadas e o verdadeiro cenário da pandemia pode fazer muito estragos. Para início de conversa, essa subnotificação de casos e mortes por covid-19 traz uma falsa sensação de segurança, como se o pior já tivesse passado. “E isso ajuda a vender uma retórica que agrada algumas pessoas. Quantas vezes já ouvimos gente anunciar que a pandemia estava chegando ao fim? Que teríamos uma queda dos casos e mortes a partir da próxima semana?”, questiona Ribeiro-Dantas, do Institut Curie.

PSOL quer explicações de Pazuello sobre estoques de oxigênio, seringas e agulhas

A líder do PSOL na Câmara, deputada Sâmia Bomfim (SP), cobrou informações do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre os estoques de cilindros de oxigênio, seringas e agulhas para vacinação em todos os Estados do Brasil. A parlamentar protocolou nesta terça-feira, 19, um requerimento pedindo explicações ao Ministério da Saúde. No documento, Sâmia solicita detalhamento de dados como a média de consumo semanal de oxigênio medicinal em cada unidade federativa e em quais Estados o Ministério da Saúde percebeu aumento de consumo deste insumo a partir de dezembro.

A deputada questiona, ainda, se existe um plano para evitar a escassez de equipamentos de proteção individual na rede pública – como luvas descartáveis, óculos de proteção, aventais, máscaras cirúrgicas, máscaras N95, toucas descartáveis e protetor facial de acrílico. “Devemos garantir urgentemente que tal situação de desabastecimento não se repita e que os trabalhadores da saúde tenham sua segurança assegurada pelo poder público”, disse Sâmia.

Com a nova explosão de casos de covid-19 no Amazonas, o Estado vive atualmente o pior momento da pandemia, com colapso no sistema de saúde e falta de oxigênio para pacientes. Na última quinta-feira, 14, o estoque do insumo chegou a acabar nos hospitais de Manaus e pacientes morreram asfixiados, segundo o relato de médicos. Nesta terça-feira, 19, sete pacientes morreram em Coari (AM) e seis em Faro (PA) devido à falta do insumo.

Brasil tem 1,1 mil mortes por covid-19 registradas em 24 horas

As secretarias de saúde registraram 1.192 mortes por covid-19 nas 24 horas desde o boletim desta segunda-feira. Já o número de infectados em todo o Brasil chegou a 62.094 no mesmo período. As informações estão na atualização diária do Ministério da Saúde, divulgada na noite desta terça-feira (19). Com os novos óbitos, o total de vidas perdidas para a pandemia subiu para 211.491. Ontem, o painel do Ministério da Saúde trazia 210.299 mortes. Ainda há 2.843 falecimentos em investigação por equipes de saúde.

Com os novos casos confirmados, o número de pessoas infectadas desde o início da pandemia chegou a 8.573.864. Ontem, o número de casos acumulados estava em 8.511.770. Ainda há 843.527 pessoas com casos ativos em acompanhamento por profissionais de saúde. Outras 7.518.846 pessoas já se recuperaram da doença. Normalmente, os registros de casos e mortes são menores aos domingos e segundas-feiras em razão da dificuldade de alimentação dos dados pelas secretarias de saúde aos fins de semana. Já às terças-feiras, os totais tendem a ser maiores pelo acúmulo das informações de fim de semana que são enviadas ao Ministério da Saúde.

Covid nos Estados

Na lista de estados com mais mortes, São Paulo bateu a marca dos 50.000 óbitos, totalizando 50.318. Em seguida vêm Rio de Janeiro (28.026), Minas Gerais (13.507), Ceará (10.240) e Pernambuco (10.059). As Unidades da Federação com menos óbitos são Roraima (816), Acre (839), Amapá (1.010), Tocantins (1.323) e Rondônia (2.044). Em número de pessoas infectadas, São Paulo também lidera (1,644 milhão), seguido por Minas Gerais (651,9 mil), Bahia (544,3 mil) e Rio Grande do Sul (512,3 mil).

SC: Estado confirma 546.522 casos, 522.341 recuperados e 5.969 mortes por Covid-19

Há 546.522 casos confirmados de Covid-19 em Santa Catarina, dos quais 522.341 estão recuperados e 18.212 permanecem em acompanhamento. O número foi divulgado nesta terça-feira, 19. O novo coronavírus causou 5.969 mortes no estado desde o início da pandemia. Com isso, a taxa de letalidade é de 1,09%. Em comparação com o dia anterior, reduziu em 557 o número de casos ativos e houve 50 óbitos adicionais registrados. Registrou-se uma alta de 3.133 na quantidade de confirmados. Já a estimativa de recuperados cresceu 3.640.

>>> Confira aqui o boletim diário desta terça-feira, 19
>>> Confira o detalhamento dos óbitos por data
>>> Saiba mais sobre as fontes e os conceitos dos dados

Todos os 295 municípios catarinenses já confirmaram ao menos um caso e 268 deles têm registros de óbitos. O Governo do Estado estima que haja 281 com casos ativos. O local com a maior quantidade de casos é Joinville, que registra 50.497 casos, seguida por Florianópolis (47.573), Blumenau (28.940), São José (22.480), Criciúma (20.534), Palhoça (16.283), Balneário Camboriú (15.864), Itajaí (15.455), Chapecó (14.778) e Brusque (14.106). Atualmente, há 1.537 leitos de UTI ativos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o estado, dos quais 1.221 estão ocupados, sendo 530 por pacientes com confirmação ou suspeita de infecção por coronavírus. A taxa de ocupação geral é de 79,4% e há 316 leitos vagos.

Paraná ultrapassa a marca de 500 mil casos de Covid-19

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou nesta terça-feira (19) mais 4.838 novos casos e 87 mortes pela Covid-19. Há ajustes ao final do texto. Os dados acumulados do monitoramento da doença mostram que o Estado soma agora 504.605 diagnósticos confirmados e 9.060 mortos, desde o início da pandemia. Os casos divulgados nesta terça-feira são de janeiro de 2021 (4.525) e dos seguintes meses de 2020: junho (2), julho (9), agosto (6), outubro (5), novembro (58) e dezembro (233).

INTERNADOS – O boletim divulga que há 1.601 pessoas com diagnóstico confirmado internadas. São 1.284 pacientes em leitos SUS (607 em UTI e 677 em enfermaria) e  317 em na rede particular (130 em UTI e 187  em enfermaria). Há outros 1.242 pacientes internados, 490 em UTI e 752 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos das redes pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo Sars-CoV-2.

ÓBITOS – Os 87 pacientes que faleceram, relatados no boletim, são 31 mulheres e 56 homens, com idades que variam de 20 a 93 anos. Os óbitos ocorreram entre 12 de agosto de 2020 a 19 de janeiro de 2021. Os pacientes que foram a óbito residiam em Curitiba (16), Maringá (6), Araucária (5), Ubiratã (5), Apucarana (3), Pontal do Paraná (3), Arapongas (2), Campo Largo (2), Carambeí (2), Cianorte (2), Nova Esperança (2), Rolândia (2), São José dos Pinhais (2), Telêmaco Borba (2) e Toledo (2).

A Secretaria da Saúde registra, ainda, a morte de uma pessoa em cada um dos municípios de Adrianópolis, Andirá, Barbosa Ferraz, Bom Sucesso, Campo Mourão, Cascavel, Colombo, Colorado, Cruzeiro do Oeste, Dois Vizinhos, Engenheiro Beltrão, Faxinal, Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Guaratuba, Imbau, Lapa, Maripá, Medianeira, Nova Aurora, Paranaguá, Ponta Grossa, Rio Branco do Sul, Santa Helena, Santa Tereza do Oeste, Santana do Itararé, Sarandi, Umuarama, Ventania e Vitorino.

FORA DO PARANÁ – O monitoramento da Saúde registra 3.965 casos de residentes de fora,  sendo que 72 pessoas foram a óbito.

Paranaenses da Região Oeste comemoram chegada da vacina contra o coronavírus

Os olhos da assistente social Cândida Siqueira, 59 anos, brilham quando ela ouve a palavra vacinação. Funcionária da secretaria da Saúde de Cascavel, na Região Oeste, ela atende todos os requisitos para receber a primeira dose do imunizante contra a Covid-19 ainda nesta semana. Munida de máscara, muito álcool gel, luvas e outros apetrechos, não foi infectada, uma vitória que não acompanhou outros profissionais do posto onde trabalha.

Cândida é uma das profissionais de saúde da linha de frente,  que começarão a ser vacinados nos municípios da 10ª Regional de Saúde, que recebeu 8.240 doses da CoronaVac. Um ato simbólico às 11 horas desta quarta-feira (20) está marcado para acontecer no Centro de Convenções de Cascavel, com a imunizações de quatro profissionais que têm trabalhado no combate à Covid-19, e que vai abrir a campanha de vacinação na cidade. “Vivo uma expectativa muito grande. Feliz que enfim a vacina chegou.

Nesses dias Tinha, tive de me dividir entre os pacientes e a minha família. Conviver com os perigos de levar a doença para casa por ser da linha de frente. Mexeu muito com o psicológico de todos. Agora é só contagem regressiva e que todos possam ser vacinados logo”, diz Cândida. A expectativa é compartilhada pelo Paraná por inteiro. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) concluiu nesta terça-feira, 24 horas depois de o primeiro lote de vacinas chegar em Curitiba, a distribuição nas 22 Regionais do Estado.

Municípios catarinenses começam vacinação contra Covid-19

“Na pandemia convivi com muitas tristezas e alegrias. Essa vacina é uma conquista para nós profissionais de saúde”, se emocionou a técnica de enfermagem Nadir da Silva, 49 anos, logo após ser imunizada. Nadir é uma das catarinenses que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 nesta terça-feira, 19, quando municípios em todas as regiões iniciaram a campanha. Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Blumenau e Joinville são algumas das cidades que começaram a aplicar o imunizante, após receber as doses enviadas pelo Governo do Estado.

No total, foram transportadas 71 mil doses às regionais de saúde nesta terça, que foram distribuídas entre todos os 295 municípios catarinenses. As definições sobre a distribuição foram confirmadas na noite desta segunda-feira, 18, durante reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Diante do quantitativo recebido do Ministério da Saúde, a SES definiu prioridades dentro dos grupos indicados na primeira fase do Plano de Vacinação. Sendo assim, nesta primeira etapa, deverão ser vacinadas 6.026 pessoas com 60 anos ou mais residentes em instituições de longa permanência (institucionalizadas), 263 pessoas a partir de 18 anos com deficiência em residências inclusivas (institucionalizados), 7.710 indígenas acima de 18 anos aldeados (vivendo em terras indígenas) e 54.385 trabalhadores de saúde. Durante todo o dia, lotes de vacinas foram transportados por via terrestre e aérea para as regionais de saúde do estado.

PGR diz que cabe ao Legislativo julgar ‘eventuais ilícitos’ da cúpula da República na pandemia

A Procuradoria-Geral da República divulgou nota nesta terça-feira (19) na qual afirma que eventuais atos ilícitos cometidos por autoridades da “cúpula dos poderes da República” durante a pandemia e que gerem responsabilidade devem ser julgados pelo Legislativo. A nota não menciona diretamente a hipótese de impeachment, mas a Constituição estabelece que cabe ao Congresso julgar casos de crime de responsabilidade cometidos por autoridades.

Questionada pela TV Globo, a assessoria da PGR informou que o texto é uma resposta a cobranças por uma atuação pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Esse movimento cresceu nos últimos dias nas redes sociais e em setores da oposição após o agravamento da crise da saúde pública no Amazonas, em decorrência da qual pacientes internados com Covid-19 morreram asfixiados devido à falta de oxigênio nos hospitais. No texto, a Procuradoria afirma que o país enfrenta um momento delicado, mas defende que o tempo é de “temperança e prudência”, em favor da estabilidade institucional.

“Segmentos políticos clamam por medidas criminais contra autoridades federais, estaduais e municipais. O procurador-geral da República [Augusto Aras] no âmbito de suas atribuições e observando as decisões do STF acerca da repartição de competências entre União, estados e municípios, já vem adotando todas as providências cabíveis desde o início da pandemia”, diz a PGR. A PGR diz que, por causa da pandemia, foi declarado o estado de calamidade pública e argumenta que essa situação é a “antessala do estado de defesa”. Previsto na Constituição, o estado de defesa pode ser decretado pelo presidente da República quando há necessidade de restabelecer a “ordem púbica e a paz social” se estas são ameaçadas “por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza”.

Julio Garcia pode ser afastado da presidência da Alesc e do mandato de deputado

Um dos investigados é o presidente da Alesc (Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina), deputado estadual Julio Garcia (PSD), que foi preso preventivamente na terça-feira (19) pela manhã por suspeita de fraudes em contratos entre secretarias de Estado e empresas de tecnologia e de saúde. Em função da Covid-19, o confinamento foi transformado em prisão domiciliar. A decisão tem 188 páginas e identifica os núcleos da célula criminosa. O documento também aponta para a possibilidade do afastamento da função pública de presidente da Alesc e do mandato de deputado estadual. Além dos mandados de busca e apreensão um deles contra o ex-governador Eduardo Pinho Moreira (MDB), a PF cumpriu mais 11 mandados de prisão preventiva e nove de prisão temporária.

A juíza federal Janaina Cassol Machado, da 1ª Vara Federal de Florianópolis, destacou a reserva de jurisdição para o deferimento de medida contra deputado estadual. “Ainda que definida a competência deste Juízo para a investigação, cabe verificar a questão da reserva de jurisdição no que respeita às medidas requeridas em relação ao alvo Julio Cesar Garcia, uma vez que interferem diretamente no exercício do atual mandato legislativo. Quais sejam as medidas: prisão preventiva com afastamento da função pública de presidente da Alesc e do mandato de deputado estadual ou, alternativamente, o afastamento da função pública de presidente da Alesc e do mandato de deputado estadual em conjunto com outras cautelares pessoais”, anotou a magistrada.

A operação foi deflagrada de forma simultânea em três cidades (Florianópolis, Joinville e Xanxerê), com a participação de 150 policiais federais e 14 auditores fiscais da Receita Federal. A PF informou que foi identificado que o governo do Estado teria pago às empresas investigadas mais de R$ 500 milhões, sendo grande parte vinda da Secretaria de Saúde do Estado. A investigação tem como alvo a identificação de irregularidades em contratos firmados pelas secretarias estaduais e empresários do setor de tecnologia e de gestão em saúde, com influência de agentes públicos. De acordo com a Polícia Federal, os serviços eram contratados sem cotação prévia de preços ou eram direcionados a partir da instrução com orçamentos apresentados por empresas que tinha relacionamento societário ou comercial entre elas.

Copom deve manter juros básicos em 2% ao ano

Apesar da alta na inflação nos últimos meses, as instituições financeiras apostam na manutenção da taxa Selic (juros básicos da economia) em 2% ao ano, no menor nível da história. A taxa que vigorará nos próximos 45 dias será divulgada hoje (20), no fim da tarde, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A estimativa de manutenção da taxa consta do boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada toda semana pelo Banco Central (BC). O Copom reúne-se a cada 45 dias. O anúncio da Selic ocorre após a segunda parte do encontro, em que os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a taxa. Ontem (19), no primeiro dia da reunião, foram feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro.

Meta de inflação: A Selic representa o principal instrumento do governo para controlar a inflação, garantindo que ela fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, a meta está em 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior, 5,25%. Para 2022, a meta é 3,5%, também com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Até alguns meses atrás, as instituições financeiras projetavam inflação abaixo do centro de meta. A situação, no entanto, mudou com a recente alta no preço dos alimentos. Os analistas consultados no boletim Focus agora projetam que a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminará o ano em 3,43%. Para 2022, a estimativa está em 3,5%.

Controle da demanda: O Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião. A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.

Ao manter a Selic no mesmo patamar, o Copom considera que as alterações anteriores nos juros básicos foram suficientes para chegar à meta de inflação, objetivo que deve ser perseguido pelo BC. Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

INSS mantém prova de vida suspensa até fevereiro

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) prorrogou até fevereiro de 2021 a interrupção de bloqueios de pagamento ou suspensão de benefícios por falta da chamada prova de vida, segundo portaria publicada nesta quarta-feira (20) no Diário Oficial da União.

A suspensão da prova de vida teve início em março de 2020, quando tiveram início as medidas de isolamento social para conter a disseminação do coronavírus, e a previsão era que voltaria a ser exigida neste começo de 2021. A nova portaria prorroga a interrupção de cortes e de benefícios, por mais duas competências, referentes a janeiro e fevereiro deste ano. Isso significa que aposentados e pensionistas não poderão ter o pagamento do benefício cancelado por falta da comprovação de vida.

Alemanha deve ampliar lockdown até meados de fevereiro

A chanceler alemã, Angela Merkel, deve acertar com líderes regionais do país a ampliação do lockdown para a maioria das lojas e das escolas até meados de fevereiro como parte de um pacote de medidas para tentar conter o novo coronavírus. As conversas estão marcadas para esta terça-feira (19). As novas infecções têm caído nos últimos dias, e a pressão sobre as unidades de terapia intensiva (UTIs) diminuiu, mas virologistas estão preocupados com a disseminação de uma variante mais transmissível do vírus.

De acordo com reportagem do jornal Bild, é provável uma prorrogação por duas semanas”. O lockdown atual vai até 31 de janeiro. O governo federal propôs que as pessoas sejam obrigadas a usar máscaras nas lojas e nos transportes públicos e que a ajuda para empresas deve ser melhorada por causa da ampliação, conforme esboço das medidas que serão discutidas. De acordo com o esboço, o governo federal também criará guia para uma estratégia de reabertura justa e segura. “Os números das infecções estão caindo por várias semanas ou estagnando, e isso é bom. Agora estamos enfrentando uma mutação muito agressiva à qual temos que responder”, disse o prefeito de Berlim, Michael Mueller, à TV alemã.

Variante britânica do novo coronavírus é detectada em 60 países

A variante britânica do vírus da covid-19 continua a espalhar-se pelo mundo e foi detectada, na semana passada, em 60 países e territórios, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em Portugal, se essa variante se tornar dominante, as aulas poderão ser suspensas. A nova estirpe está presente em mais dez países e territórios, comparado com os números de uma semana atrás, 12 de janeiro, disse a OMS em sua Análise Epidemiológica Semanal.

Já a variante sul-africana, que, tal como a britânica, é muito mais contagiosa do que o vírus SARS-CoV-2 original, espalha-se mais lentamente e está presente em 23 países e territórios, mais três do que em 12 de janeiro. A OMS informou ter monitorado a propagação de mais duas variantes que apareceram no Brasil (P1), no estado do Amazonas, uma delas detectada no Japão em quatro brasileiros. “Há atualmente pouca informação disponível para avaliar se a transmissibilidade ou se as severidades são alteradas por essas novas variantes”, observou a agência da ONU.

Escolas: A variante britânica comunicada à OMS em meados de dezembro é considerada 50% a 70% mais contagiosa do que o novo coronavírus original e está presente nas seis áreas geográficas da organização, enquanto a variante sul-africana está presente apenas em quatro delas, informou a OMS, sem especificar quais. A informação preliminar indica uma possível maior transmissibilidade entre as crianças. Com o vírus original, a hipótese era e transmissão menor do que a dos adultos.

O primeiro-ministro adiantou nessa terça-feira (19), em discussão no Parlamento, que não hesitará em fechar estabelecimentos de ensino se verificar que a variante inglesa do novo coronavírus, mais contagiosa, tornou-se dominante. “Neste momento, estamos buscando manter as escolas abertas, já que sabemos o enorme custo social que representa fechá-las. Nesta quarta-feira, vamos iniciar uma campanha de testes rápidos em todas as escolas, tendo em vista reforçar a segurança”, disse.

EUA e Europa cobram libertação do opositor russo Alexei Navalny

Os Estados Unidos e vários governos europeus exigem a libertação de Alexei Navalny, opositor de Vladimir Putin que foi detido no aeroporto de Moscou, logo após chegar ao país, por agentes dos serviços prisionais russos (FSIN). Alexei Navalny é acusado de ter violado os termos de uma pena de prisão suspensa a que foi condenado em 2014. Alexei Navalny voltava para a Rússia vindo da Alemanha, onde estava desde agosto do ano passado, para se tratar de um caso de envenenamento. O Serviço Federal de Prisões da Rússia solicitou à Justiça a prisão do opositor do Kremlin para tornar efetiva uma pena suspensa de três anos e meio a que foi condenado. Em 2017, a sentença foi considerada “arbitrária” pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e vários governos ocidentais já condenaram a recente detenção do ativista.

Navalny foi recebido no aeroporto por quatro agentes policiais. Em comunicado, o FSIN informou que Alexei Navalny “permanecerá detido até à decisão do tribunal” sobre o seu caso, sem especificar uma data. De acordo com os serviços prisionais russos, Navalny “figura em uma lista de pessoas procuradas desde 29 de dezembro de 2020 por diversas violações ao seu período probatório”. Além do opositor de Vladimir Putin, vários aliados e apoiadores de Navalny, incluindo seu irmão, Oleg, também foram detidos em Moscou e em São Petersburgo no domingo. “Alexei foi detido sem que o motivo fosse explicado (…). Não me deixaram regressar para junto dele” após ter passado pelos serviços de migração, disse a advogada de Navalny, Olga Mikhailova.

Repercussão internacional: A União Europeia e os Estados Unidos já reagiram e exigiram a libertação do opositor russo. No Twitter, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considerou “inaceitável” a detenção e apelou às autoridades russas para que o libertem “imediatamente”. Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas, pediu à Rússia para “libertar imediatamente” Alexei Navalny. Reconhecendo que a Rússia está vinculada pela própria Constituição e obrigações internacionais ao Estado de direito e à proteção dos direitos civis, o ministro alemão acrescentou: “evidentemente, estes princípios também devem ser aplicados” a Alexei Navalny, que “deve ser libertado imediatamente”.

Após “grave ataque de envenenamento” cometido em solo russo contra Navalny, a Alemanha apelou à Rússia para “investigar minuciosamente este ataque e levar os perpetradores à Justiça”. Os governos da França e da Itália também pediram a libertação de Navalny. Já a Lituânia e a República Checa apelaram à UE que impusesse rapidamente sanções à Rússia como forma de pressionar pela libertação do russo. Já os EUA condenaram “veementemente” a detenção do opositor russo, segundo declarou o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo.

“Os Estados Unidos condenam firmemente a decisão da Rússia de prender Alexei Navalny”, disse Pompeo, em comunicado, expressando “grande preocupação”. Para o secretário de Estado da administração Trump, esta detenção “é a última de uma série de tentativas para silenciar Navalny e outras figuras da oposição e vozes independentes que criticam as autoridades russas”. No Twitter, Pompeo acrescentou que “líderes políticos confiantes não temem vozes concorrentes, nem cometem violência ou detêm opositores políticos injustamente”.

No mesmo dia da prisão, o conselheiro de segurança nacional do Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, também exigiu a libertação imediata do russo. “Navalny deve ser libertado imediatamente e os responsáveis pelo ataque inadmissível à sua vida devem ser responsabilizados”, escreveu Jake Sullivan numa mensagem publicada no Twitter. “Os ataques do Kremlin a Navalny não são apenas uma violação aos direitos humanos, mas uma afronta ao povo russo, que deseja que as suas vozes sejam ouvidas”, acrescentou. Na segunda-feira, o Reino Unido exigiu que a Rússia libertasse imediatamente o opositor do Kremlin e que Moscou explicasse o envenenamento de Navalny.

“É espantoso que Alexei Navalny, vítima de um crime desprezível, tenha sido detido pelas autoridades russas. Ele deve ser libertado imediatamente”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros inglês, Dominic Raab, que emendou: “em vez de perseguir o Sr. Navalny, a Rússia devia explicar como é que uma arma química passou a ser usada em solo russo”. A organização de defesa dos Direitos Humanos Amnistia Internacional também condenou a detenção do ativista russo. “Alexei Navalny foi privado da sua liberdade pelo seu ativismo político pacífico e por exercer a sua liberdade de expressão. A Amnistia Internacional considera-o um prisioneiro de consciência e apela à sua libertação imediata e incondicional”, disse a organização não-governamental (ONG), numa declaração.

Resposta russa: A Rússia, contudo, rejeitou todos estes pedidos, apelando ao Ocidente para cuidar dos próprios problemas. “Respeitem o Direito Internacional, não invadam a legislação nacional de Estados soberanos e tratem dos problemas de seus próprios países”, escreveu a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, no Facebook. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, também respondeu à consternação ocidental, classificando-o como uma tentativa de desviar a atenção dos próprios problemas do Ocidente.

Confira os jogos da 31ª rodada

O Brasileirão 2020 entrou em sua reta final com a tabela de classificação marcada pelo equilíbrio. Neste meio de semana será realizada a 31ª rodada, que pode mudar os rumos da competição, já que ela é marcada por confrontos diretos entre todas as equipes do G6.

JOGOS DA 31ª RODADA

Quarta-feira, 20 de janeiro
17h – Botafogo x Atlético-GO
18h – Bahia x Athletico-PR
19h15 – Grêmio x Atlético-MG
20h30 – Coritiba x Fluminense
21h30 – São Paulo x Internacional
21h30 – Red Bull Bragantino x Vasco

Quinta-feira, 21 de janeiro
19h – Flamengo x Palmeiras
19h – Goiás x Ceará
19h – Fortaleza x Santos
21h – Corinthians x Sport

Fonte: Agência Nacional/EBC – Agências de Notícias dos estados de SC e Paraná.