A enfermeira Lucimar Josiane de Oliveira, de 44 anos, foi a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 no Paraná. Junto com outros sete colegas que desde o início da pandemia atuam na linha de frente do Complexo Hospitalar do Trabalhador, às 21h48 desta segunda-feira (18), a parnanguara recebeu a primeira dose do imunizante, em evento na capela do Hospital do Trabalhador, em Curitiba.

“Estou lisonjeada por ser a primeira a tomar a vacina no Paraná, uma mulher negra e mãe de dois filhos”, afirmou Lucimar. “Foram tempos difíceis, com um pouco de medo e ansiedade do que viria no futuro. Mas hoje me sinto bem, feliz, esperançosa com a vacina e muito orgulhosa com o trabalho que o HT vem fazendo junto aos pacientes e o apoio aos funcionários”, completou.

A etapa inicial da campanha de imunização foi acompanhada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, que pela manhã foi a São Paulo para receber as primeiras doses disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. O Paraná recebeu, para a primeira etapa da vacinação, 265.600 doses do imunizante CoronaVac, produzido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

Ratinho Junior destacou o papel dos profissionais da saúde ao longo de toda a pandemia e também elogiou os laboratórios públicos que vão produzir as vacinas contra a Covid: o Instituto Butantã e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“É um dia histórico para o Paraná e para o Brasil. Depois de tanto desencontro, temos agora um encontro com a ciência, com a medicina e um encontro com a esperança de retomar a vida novamente”, disse.

“Ainda não vencemos a pandemia, estamos vencendo uma parte dessa guerra contra o coronavírus. E começamos por aqueles que mais trabalharam durante a pandemia e que colocaram as suas vidas à disposição para cuidar de outras vidas”, afirmou. “Nossos profissionais da saúde estão há dez meses trabalhando ininterruptamente para cuidar das nossas famílias e daqueles que se infectaram. Nada mais justo que eles recebessem um mínimo de defesa para enfrentar essa guerra”, completou o governador.

Na manhã de terça-feira (19), as doses começarão a ser enviadas aos municípios, que serão responsáveis pela estratégia de vacinação. De acordo com o Plano Estadual de Imunização, os primeiros grupos vacinados serão os profissionais de saúde, indígenas, idosos com 60 anos ou mais institucionalizados (que vivem em asilos ou casas de repouso) e pessoas com deficiência severa.

“Passamos por momentos duros, em que fomos colocados à prova. O fato é que a ciência é fundamental, depois de dez meses chegamos em várias vacinas e agora esta dedicação de diferentes profissionais se materializa. Desde o início o Paraná foi um defensor do Programa Nacional de Imunização, para que todos os municípios tenham acesso à vacina”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.

PROFISSIONAIS — Além de Lucimar, também foram vacinados o médico Diego Schuster Paes, 30; as técnicas de enfermagem Patrícia Moreira, 33, e Denise Dias Brito, 38; a nutricionista Caroline Benvenutti, 33; a fonoaudióloga Suellen Meduna, 38; a encarregada de higienização Neura Cordeiro Barbosa, 46; e fisioterapeuta Larissa Mello Dias, de 34 anos.

As primeiras doses foram aplicadas pelas enfermeiras Roberta Serra Pereira e Viviane Pavanelo, do núcleo de Infecção Hospitalar do Hospital do Trabalhador.

Formado há cinco anos, Diego trabalha desde então na unidade, mas nunca teve uma experiência tão complexa quanto com a pandemia. “É sempre um turbilhão de sentimentos. Tem momentos que a gente tá mais calmo e de repente você vê aquele paciente que você encaminhou pra a enfermaria, que acaba piorando e precisa ser entubado e levado pra UTI”, conta.

“Da mesma forma tem aquele paciente que chega e nos faz pensar que não vai escapar. Aí 30, 40 dias depois ele sai daqui andando, isso é fenomenal, uma alegria muito grande, no meio desse turbilhão de muita tristeza, de muita angústia. Mas ainda bem que tem esses momentos de alegria também”, diz.

Para ele, a vacina é a luz do fim do túnel, uma vitória da ciência contra o negacionismo. “É importante lembrar que a vacina nãos nos exime da responsabilidade de manter o uso da máscara e de tomar todos os cuidados de higiene para nos proteger do vírus”, ressalva.

Para encarar os desafios que vieram na esteira da Covid-19, a técnica de enfermagem Denise se desloca de Rio Branco do Sul para cobrir o seu turno no Hospital de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, que integra o complexo hospitalar.

“A questão da pressão, o contato com o risco, tudo que é desconhecido é desafiador. Tivemos que reaprender muita coisa, mas as equipes foram bem treinadas”, afirma. “Me sinto muito honrada e feliz por ser chamada a fazer parte deste momento, da vitória da saúde e da ciência”, completa.

Fonte/Foto: Governo do Estado do Paraná