Puxado pelo aumento no grupo transportes, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 1,14% em setembro, maior resultado para o mês desde o início do Plano Real, em 1994, quando ficou em 1,63%. Além disso, o resultado deste mês é o maior da série histórica desde fevereiro de 2016 (1,42%). No ano, o indicador acumula alta de 7,02%, e nos últimos 12 meses já ultrapassa os dois dígitos (10,05%), como apontam os dados divulgados hoje (24) pelo IBGE.

Gasolina e energia elétrica foram os itens que, individualmente, tiveram o maior impacto no índice, ambos com 0,17 ponto percentual (pp). Por grupos, as maiores influências vieram de transportes, com alta de 2,22% e impacto de 0,46 ponto percentual; alimentação e bebidas, (1,27% e 0,27 pp); e habitação (1,55% e 0,25 pp).

Nos transportes, a alta dos combustíveis (3,00%) veio acima da registrada no mês anterior (2,02%). A gasolina subiu 2,85% e acumula 39,05% nos últimos 12 meses. Os demais combustíveis também apresentaram altas: etanol (4,55%), gás veicular (2,04%) e óleo diesel (1,63%). No grupo, destaca-se ainda a alta nos preços das passagens aéreas, que subiram 28,76% em setembro, exercendo o terceiro maior impacto (0,11 pp) no IPCA-15 do mês.

Veja o resultado do IPCA-15 para cada um dos grupos:

  • Alimentação e bebidas: 1,27%
  • Habitação: 1,55%
  • Artigos de residência: 1,23%
  • Vestuário: 0,54%
  • Transportes: 2,22%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,33%
  • Despesas pessoais: 0,48%
  • Educação: -0,01%
  • Comunicação: 0,02%

Gasolina e energia: as vilãs da inflação

De acordo com o IBGE, a gasolina e a energia elétrica foram os itens que exerceram os maiores impactos individuais sobre o IPCA-15 de setembro, de 0,17 ponto percentual cada um.

O preço médio da gasolina subiu 2,85% entre agosto e setembro e acumulou alta de 33,37% no ano e de 39,05% nos últimos 12 meses.

Já o preço médio da energia elétrica teve alta de 3,61% em setembro, abaixo da registrada em agosto, que foi de 5%. No ano, a alta acumulada foi de 20,27%, enquanto nos últimos 12 meses o aumento acumulado foi de 25,26%.

Em alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio acelerou de 1,29% em agosto para 1,51% em setembro. Os preços das carnes subiram 1,10% e contribuíram com 0,03 p.p. de impacto. Subiram também os preços da batata-inglesa (10,41%), café moído (7,80%), frango em pedaços (4,70%), frutas (2,81%) e leite longa vida (2,01%). Por outro lado, houve queda pelo oitavo mês consecutivo nos preços do arroz (-1,03%) e pelo sexto mês consecutivo nos preços da cebola (-7,51%).

Já o grupo habitação foi puxado mais uma vez pela alta na energia elétrica (3,61%),embora ela tenha desacelerado em relação a agosto (5,00%). No mês passado, vigorou a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos. A partir de 1º de setembro, passou a valer a bandeira tarifária de Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh.

Em relação aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em setembro. O menor resultado foi em Fortaleza (0,68%), influenciado pela queda nos preços do tomate (-14,35%), das carnes (-0,94%) e dos produtos farmacêuticos (-0,91%). Já a maior variação foi registrada em Curitiba (1,58%), onde pesaram as altas da gasolina (5,90%) e da energia elétrica (4,92%).

Mais sobre a pesquisa

O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) produz contínua e sistematicamente índices de preços ao consumidor. Com divulgação na internet iniciada em maio de 2000, o IPCA-15 difere do IPCA apenas no período de coleta, que abrange, em geral, do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência, e na abrangência geográfica.

Atualmente a população-objetivo do IPCA-15 abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes em 11 áreas urbanas das regiões de abrangência do SNIPC, as quais são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.

Fonte: Agência IBGE