Rogério Favreto, desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que determinou neste domingo, 8, a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi o único magistrado do TRF-4 a votar pela abertura de processo disciplinar contra o juiz Sérgio Moro e é o principal crítico da Operação Lava Jato no tribunal, informam os repórteres José Marques e Flávio Ferreira, da “Folha”.

O desembargador Rogério Favreto, do TRF-4Crédito: Sylvio Sirangelo – Desembargador Rogério Favreto, do TRF-4

Gaúcho, foi filiado ao PT por quase 20 anos (de 1991 a 2010) e, nesse período, ocupou cargos na gestão Lula e em outras administrações petistas, antes de se tornar juiz.

Sobre a Lava Jato, Favreto é crítico tanto aos procedimentos pela força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba quanto aos feitos por Moro.

O desembargador afirma não ter envolvimento por política hoje em dia e que seria “o primeiro a se dar por suspeito” em caso de algum processo que envolva alguém com quem tenha relação pessoal.

Foi também contra a campanha das “dez medidas contra a corrupção”, capitaneada pelo Ministério Público Federal. Segundo Favreto, traria retrocessos como o debate sobre a lei de abuso de autoridade.

“Esse apressado pacote de medidas, mais atento aos deleites e vaidades de alguns representantes do Ministério Público Federal (…), não evoluiu sequer nas medidas que se faziam necessárias e adequadas, permitindo até retrocesso em outros movimentos legislativos, face à inoportunidade e falta de habilidade política na sua condução”, disse no voto.