Uma em cada três cidades de Santa Cantarina tem o câncer como a principal causa de mortes. A doença lidera a lista de óbitos em 95 dos 295 municípios catarinenses. É a segunda maior concentração de cidades do país onde tumores são o fator número 1 de mortalidade. O primeiro lugar no ranking nacional é ocupado pelo Rio Grande do Sul, onde o câncer é a principal causa de mortes em 140 municípios.

O levantamento descreve a mortalidade por câncer no Estado segundo o sexo, idade e localização do tumor no corpo, entre os anos 2000 e 2012. Ao todo, o estudo analisou as causas de mais de 127 mil óbitos registrados no período. As doenças do aparelho circulatório, como infarto e derrame, são as que mais matam pessoas no Estado.

Em relação à mortalidade masculina, o câncer de pulmão, traqueia e brônquios são as principais causas de morte, em todos os anos observados no estudo. Os tumores malignos de próstata, que, entre os anos 2000 e 2005 ocupavam o terceiro lugar, em 2010 e 2012 subiram para a segunda colocação. “Esses índices mostram que, além dos homens continuarem fumando muito, o cuidado preventivo com o exame de próstata ainda é um tabu”, lembra Ana.

Os dados são de 2015 e fazem parte da pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Observatório de Oncologia do movimento Todos Juntos Contra o Câncer, realizada em parceria com o Conselho Federal de Medicina. O estudo alerta para o avanço da doença no Brasil e indica que, caso o ritmo seja mantido, em pouco mais de uma década as chamadas neoplasias serão responsáveis pela maioria dos óbitos em todo o país.

Entre as cidades catarinenses que têm o câncer como principal causa de mortes estão Blumenau, Jaraguá do Sul e Concórdia. O estudo aponta que a maioria desses municípios têm em comum o fato de serem de pequeno porte e com bons índices de desenvolvimento.

A maior parte dessas cidades está localizada em regiões mais desenvolvidas, onde a expectativa de vida é maior e o Índice de Desenvolvimento Humano também — destaca Tiago Cepas Lobo, sanitarista pesquisador do Observatório de Oncologia.

Como possíveis causas para os resultados, o estudo aponta o aumento da expectativa de vida e as consequentes mudanças genéticas em decorrência do envelhecimento da população, o alto índice de tabagismo e a estrutura para a identificação e registro de óbitos por câncer — numa região sem condições de diagnosticar a doença, por exemplo, o registro pode nem mesmo ser computado. Outro ponto apresentado no estudo indica que as características genéticas da população no Sul apresentam maior predisposição para desenvolver o câncer de pele.

No país, o câncer lidera as causas de mortalidade em 516 dos 5.570 municípios brasileiros: 80% ficam no Sul (275) e Sudeste (140). No Nordeste, estão 9% dessas localidades (48); no Centro-Oeste, 34 (7%); e no Norte, 19 (4%).

Onde o Câncer é a Principal Causa de Morte. (Os 5 primeiros Estados)

Rio Grande do Sul:  140
Santa Catarina : 95
Minas Gerais:  84
São Paulo:  52
Paraná:  40