O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve nesta quarta-feira, 16, a taxa de juros básica da economia brasileira em 6,50% ao ano. A decisão foi unânime e, segundo os técnicos do Banco Central (BC), o cenário externo adverso e volatilidade do mercado financeiro determinaram a decisão. A taxa se mantém no valor mais baixo desde sua criação, em 1996.

Um corte de 0,25 ponto porcentual era esperado por analistas do mercado. A inflação baixa e a fraca atividade econômica justificavam a aposta do mercado. O movimento de alta dos preços acumulado nos quatro primeiros meses do ano (0,92%) foi o menor desde a implantação do Plano Real. Em 12 meses, ainflação acumula 2,76% (de 2,68%), ou seja, abaixo do piso de 3% do centro da meta, que é de 4,50%.

Nesta quarta, o Indicador de Atividade de Banco Central (IBC-Br) de março, tido como a prévia do PIB, veio pior do que esperava o mercado e apontou queda de 0,70% entre fevereiro e março.

Para o coordenador de Cursos da Faculdade Fipecafi, Valdir Domeneghetti, dado o cenário macroeconômico, o BC poderia não somente cortar em 0,25 ponto a Selic, como ser ainda mais agressivo. “Tendo em vista uma menor expectativa em torno da retomada da economia, poderia haver um corte maior, porém, há que se considerar um ambiente mais ‘hostil’ pela proximidade das eleições e, mais que isso, pela indefinição de candidatos em relação ao pleito, considerando que estamos há menos de cinco meses do primeiro turno”, analisa.

Nas últimas semanas, em meio a um cenário global tenso, com expectativa de alta nas taxas de juros dos Estados Unidos e pressão no câmbio, houve dúvida entre especialistas se a autoridade monetária brasileira seguiria a estratégia de redução na taxa Selic, já que a alta do dólar poderia causar impactos na inflação. Em meio a incerteza, o presidente da instituição, Ilan Goldfajn, afirmou em entrevista ao canal GloboNews que a inflação é o principal ponto de atenção do BC para conduzir a política monetária.

Fonte: Estadão